Como as crianças da Igreja Perseguida celebram o Natal?

Entenda como os pequenos cristãos se preparam para comemorar o nascimento do salvador

Portas Abertas • 17 dez 2021


Pequenos cristãos comemoram o nascimento de Jesus, apesar da perseguição religiosa

Pequenos cristãos comemoram o nascimento de Jesus, apesar da perseguição religiosa

As luzes, enfeites e músicas de Natal criam um clima diferenciado no mês de dezembro. Cristãos ao redor do mundo celebram nesta data o nascimento de Jesus. Porém, cada povo celebra a vinda do salvador de maneira diferente. Veja agora como as crianças da Igreja Perseguida em vários países festejam essa data tão especial.

Alya, do Irã

Alya, de 10 anos, não pode mostrar o rosto para não colocar em risco a segurança dela e dos pais (foto representativa)

Alya e a família são cristãos ex-muçulmanos e isso é considerado um crime grave no Irã. “Na escola, não posso dizer às outras crianças que celebramos o Natal. Porque se elas perceberem que sou cristã, terei de explicar minha fé, de que Cristo é não apenas um profeta, mas ele é o filho de Deus. Elas contarão às autoridades da nossa escola e podem nos punir como quiserem”, revela.


Porém, a família encontrou uma maneira de celebrar o nascimento de Jesus com segurança. Ela comemora em janeiro, no dia do aniversário de Alya. Nessa época, os barulhos e o clima festivo não levantam suspeita dos vizinhos e das autoridades. 

Entretanto, a cristã gostaria de comemorar o nascimento de Jesus livremente. “Fico chateada por não podermos celebrar o Natal abertamente aqui. Há tantos feriados nacionais que celebram coisas que nem mesmo são verdadeiras. Mas a vinda de Jesus à Terra é verdadeira e não podemos celebrar. Minha maior oração é para um dia comemorar o aniversário de Jesus com ele presente fisicamente. Eu realmente gostaria de conhecê-lo pessoalmente.”

Lydia e Youssif, do Iraque


Lydia e Youssef são crianças do Iraque que contam como celebram o Natal, apesar da desolação no país

A igreja em Qaraqosh, Iraque, costuma lotar na véspera de Natal, a cidade também fica enfeitada com árvores e luzes. Até mesmo a casa de Lydia, de 11 anos, está decorada por dentro e por fora. “Estamos muito felizes e prontos para o Natal”, ela diz.


Há pouco tempo, Qaraqosh estava vazia por causa da invasão do Estado Islâmico. Isso durou dois anos e fez com que a maioria dos habitantes fugisse; outros foram sequestrados ou mortos. Mas, neste ano, o Natal começou mais cedo para a família da pequena cristã.

“Começamos no primeiro dia de novembro para aprender sobre a história do nascimento de Jesus na minha aula de educação cristã. Lemos uma parte da Bíblia a cada semana e respondemos às perguntas que a professora nos deu”, explica. O irmão, Youssif, de 12 anos, também compartilha um versículo que aprendeu e a oração que sempre faz:

“O Senhor disse: ‘Não tenha medo’.

Eu oro a ele e digo: ‘Precisamos de você hoje e todos os dias.

Dê uma mãozinha e nos proteja dos perigos.

Nós suplicamos e confiamos em você

para abençoar o próximo ano. Amém’.”


Ahmad e Lian, da Síria

Ahmad, de 14 anos, e Lian, de 10, se divertem decorando a árvore de Natal na Síria

Mesmo morando na Síria, que está há 10 anos em guerra, é possível lembrar que Jesus nasceu e viveu entre os homens para dar esperança. “No Natal vamos para a casa do meu avô e comemos doces e coisas assim”, conta Lian. E Ahmad acrescenta: “Eu saio com meus amigos, andamos por uma rua cristã que as pessoas decoram no Natal. Também almoçamos em um restaurante".


Os pequenos cristãos sabem que existem extremistas islâmicos que odeiam os seguidores de Jesus e que há muçulmanos influenciados pelo radicalismo religioso. Eles experimentam pressão no dia a dia nas pequenas coisas. “Alguns vizinhos muçulmanos não respeitam nosso feriado. Eles fazem muito barulho durante a nossa festa e às vezes as crianças ficam batendo em nossa porta”, testemunha Lian.

Souk e Deng, do Laos

Deng, de 12 anos, e outras crianças acendem muitas velas de Natal no Laos

 

A igreja no Laos é monitorada pelo governo e perseguida pela comunidade. Porém, as crianças não pensam nisso quando se preparam para a celebração. “O Natal é o dia em que Jesus desceu à Terra para perdoar nossos pecados e é o aniversário dele”, diz Deng.


O culto de Natal é o preferido da cristã: “Espero entregar todo meu corpo e coração ao Senhor e desejo as bênçãos dele”. Souk, de 10 anos, também aproveita a ocasião para fazer um pedido especial: “Oro para ficar longe dos problemas”.


Além disso, as meninas estão ensaiando uma coreografia para o dia. “Celebramos o Natal dançando, para dar glória, cantar canções e adorar a Deus com os adultos”, finaliza Deng.

 

Hawi, da Etiópia

Hawi, de 9 anos, tenta garantir que a vela que está segurando não se apague

Os cristãos da Etiópia costumam acender velas em casa e depois caminham com ela na mão até a igreja. Durante os cultos celebram cantando canções de Natal.

A pequena cristã Hawi vive em uma região de maioria islâmica, por isso os cristãos ex-muçulmanos precisam ter cuidado dobrado ao participar das comemorações de Natal. Se forem descobertos, os irmãos na fé são expulsos de casa e da aldeia ou podem ser agredidos fisicamente.

O pai de Hawi cuida de cristãos ex-muçulmanos e isso coloca a família toda em perigo também. Mas isso não amedronta a pequena seguidora de Jesus. “O Natal é o dia em que celebramos o nascimento de Jesus Cristo. É o dia em que as pessoas que andavam nas trevas receberam luz. É o dia em que Deus mostrou seu amor pelo povo dele”, completa.

Maria, do Quênia

Comemorar o Natal no Quênia é sinônimo de comunhão

Maria, de 13 anos, conta que fazem um culto onde há pregação do pastor e adoração dos cristãos. “Depois do culto, comemos e bebemos juntos porque tem gente que não tem dinheiro para comprar comida e festejar em casa. Então todos nos juntamos e compartilhamos, assim podemos comemorar sem deixar ninguém de lado”, conta.

Os cristãos quenianos saem pelas ruas compartilhando o evangelho. Nessa hora, surgem pessoas para acusar os seguidores de Jesus de algo. Os vendedores ambulantes também insultam a todos que ousam contar sobre a salvação a quem passa pelas ruas. Porém, a hostilidade não é capaz de fazer a adolescente deixar de falar do amor de Deus. “Minha oração é que a igreja esteja tão cheia que não caibamos mais nela”, finaliza.

Maria e Sophie, de Israel

As irmãs de 10 e 7 anos, respectivamente, se orgulham de morar em Beit Sahour, perto de Belém


“Vocês todos deveriam vir e visitar o presépio pelo menos uma vez”, convidam as meninas. Hoje, os cristãos são minoria nesse local, por isso enfrentam a hostilidade da comunidade e sofrem com os constantes conflitos entre dois grupos que desejam dominar a região.


Além disso, a pandemia também afetou a todos, porém fez com que a família toda se concentrasse mais em Deus. “Pedimos a Jesus para nascer de novo em nosso coração”, diz Maria. Sophie acrescenta: “Jesus é poderoso. Todos deveriam saber sobre ele!”.

Dê presente para uma criança

Neste Natal, as crianças da Ásia Central participarão de eventos especiais de celebração. Na ocasião, muitas ouvirão sobre Jesus pela primeira vez e as famílias mais humildes também receberão cestas básicas. Doe e permita que mais pequenos se acheguem a Cristo!

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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