Portas Abertas • 5 jan 2022
Recordar o ataque a sua aldeia leva Lorena às lágrimas, mas a fé em Deus permanece.
Lorena* é uma das milhares de mulheres deslocadas no Norte de Moçambique. O marido dela, junto com muitos outros homens, foi violentamente morto quando os insurgentes vieram para sua aldeia. Ela e os sobreviventes da família fugiram para outra cidade quase sem nada.
No início de 2021, suspeitos de participarem do grupo jihadista Al-Shabaab atacaram a aldeia de pescadores onde Lorena vivia. Todos foram pegos de surpresa quando os insurgentes atacaram. Os homens estavam pescando e as mulheres e crianças estavam na aldeia fazendo suas tarefas.
Os insurgentes não mataram as mulheres e as crianças, mas agiram de forma torturante. Eles forçaram que elas testemunhassem o assassinato de seus maridos, pais e irmãos. O incidente, além de deixar Lorena sobrecarregada com muitas bocas para alimentar, também a deixou emocionalmente ferida. Assista abaixo ao vídeo com o depoimento de Lorena:
Mesmo agora, depois de muitos meses, recordar o ataque a sua aldeia leva Lorena às lágrimas. Mas sua fé em Deus permanece. “Eu não confio em mais ninguém, apenas em Deus e Jesus Cristo. Porque ele não me deixou. Ele mantém a mim e a minha família, por causa disso ainda estamos vivos.”
Durante a caminhada pela floresta, fugindo do grupo criminoso, Lorena ficou 22 dias sem comer. Mas ela se apegou à fé e pensava o tempo todo no quanto os filhos precisavam dela. Hoje, Lorena diz que tem paz onde está, consegue dormir bem e descansar. Ela e a família fazem parte de 4.000 pessoas deslocadas que a Portas Abertas conseguiu apoiar com ajuda emergencial em 2021.
Em 2021, a Portas Abertas entregou ajuda emergencial a quase 4.000 pessoas deslocadas em Moçambique. Em parceria com a igreja local, são fornecidos alimentos, Bíblias, utensílios de cozinha, cama, e outras itens que atendem às necessidades básicas.
Lorena, ao lado de muitos mais cristãos no Norte de Moçambique, precisam de ajuda contínua, particularmente apoio emocional, para sobreviver, e até mesmo prosperar, apesar da perseguição crescente. A maioria das pessoas está traumatizada e mal equipada para lidar com a violência direcionada.
Lorena permanece enraizada em Cristo. “Minha relação com Deus está indo bem. Eu leio a Bíblia, sempre ando com ela. Quando chega o domingo, eu vou à igreja porque a Bíblia é muito importante. Continuo orando a Deus, e peço que ele dê a mim, meus filhos e minhas irmãs força e vida para continuarmos seguindo em frente”, testemunha a cristã.
*Nome alterado por segurança.
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