Portas Abertas • 19 set 2024
A crise recente em Bangladesh afetou muito os cristãos perseguidos (foto representativa)
Desde que a crise se instaurou em Bangladesh, com a saída da primeira-ministra e os protestos violentos, a comunidade cristã local foi abalada. Ranjit Kisku, um cristão indígena de 40 anos, foi um dos afetados pela instabilidade.
Ranjit vive no Norte do país. Ele é um agricultor e gerenciava um negócio bem-sucedido em sua comunidade. Mas, no dia 5 de agosto, a casa do cristão foi atacada, destruída e todos os seus pertences saqueados por radicais.
A família do cristão conseguiu sobreviver por pouco ao ataque. “Pouco depois da renúncia da primeira-ministra, fui ameaçado por muçulmanos locais, mas não dei atenção porque não achei que aconteceria algo conosco. Pensei que o máximo que poderiam fazer seria ser insultado, ameaçado ou zombado, mas eles não atacariam minha casa”, afirma Ranjit.
Apesar dos alertas dos familiares sobre os riscos de ataque, Ranjit acreditou que por nunca ter machucado ou ofendido alguém na comunidade onde cresceu não seria maltratado ou visto como um inimigo. Mas ele estava errado.
O relacionamento desde a infância não foi suficiente para amenizar o sentimento anticristão nos corações. “Por volta das oito horas da noite, meus amigos disseram que um grupo de extremistas estava a caminho da minha casa com armas e repetindo frases contra os cristãos. Saí com minha família e em poucos minutos os radicais estavam em minha casa e começaram a quebrar tudo”, conta Ranjit.
As portas, as janelas, a geladeira, a panela elétrica de arroz, os copos e tudo que encontraram pela frente foram destruídos. Os extremistas também levaram 400 mil takas bengali, aproximadamente 3.450 dólares que o cristão havia recebido do pesqueiro que administra. “Eu tinha tudo, mas agora não tenho nada”, ele conta.
“Em seis de agosto, os radicais levaram todos os peixes do meu tanque. Eu apenas podia assistir a tudo impotente, sem dizer nada. Os vizinhos também viram o que estava acontecendo, mas não fizeram nada. Agora, não posso voltar para casa pelo medo da perseguição”, conclui o cristão.
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