Portas Abertas • 7 jun 2017
Um cristão de 35 anos, que trabalhava na limpeza e manutenção de esgoto, no Paquistão, morreu depois que três médicos se recusaram a tocar nele, alegando se tratar de um ""shudra"", expressão dada àqueles que pertencem à classe trabalhadora mais baixa, dentro do sistema de castas hindu, também conhecidos como ""intocáveis"" ou ""impuros"". O cristão estava com o corpo todo coberto de lodo. Ele recebeu a ordem para desbloquear um sistema de esgoto, mas não lhe deram nenhum equipamento de proteção, segundo seus colegas. Os médicos disseram que se o tocassem cometeriam ""makruh"", ou seja, fariam algo não permitido durante o Ramadã e isto poderia invalidar o jejum. Irfan Masih morreu no dia 1, no Hospital Civil de Umerkot, a 300 quilômetros de Carachi. Ele chegou ao hospital inconsciente por ter inalado um gás tóxico enquanto trabalhava. Umerkot abriga cerca de 75 famílias cristãs e, quase todos, trabalham em serviços sanitários. ""A maioria dos cristãos paquistaneses, ainda hoje, faz o mesmo trabalho que seus antepassados, varrem as ruas, limpam esgotos, entre outros trabalhos considerados secundários"", observou o escritor Ethan Casey. Um grupo de cristãos bloqueou um cruzamento, logo após a morte de Masih, exigindo que fosse registrado uma acusação contra os três médicos. O superintendente da Polícia, Usman Javed Bajwa, disse que o caso acabou sendo registrado como homicídio por negligência e que o relatório seria apresentado posteriormente a um tribunal. Uma ONG cristã paquistanesa disse que o juramento de um médico o obriga a tratar um paciente cuja vida corre risco em qualquer circunstância, independentemente da religião e classe. Além do cristão, outros dois trabalhadores também foram levados desmaiados ao hospital. ""Ligamos antes para avisar que os três homens estavam inconscientes, esperando que fossem atendidos com urgência, mas aconteceu o contrário. O primeiro médico disse para um auxiliar lavar os corpos primeiro, e só depois ele examinaria, pois estava em jejum. A mesma atitude foi tomada pelos outros dois médicos. O quarto médico, que resolveu lhes dar atenção, Hanif Arisar, providenciou o oxigênio, mas já era tarde para Masih"", disse seu irmão. Os outros dois trabalhadores foram transferidos para outro hospital em condições críticas. Pedidos de oração Leia também
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