Portas Abertas • 10 jun 2019
Os cristãos são alertados a não possuírem nenhum tipo de religião ou serão punidos por isso
Para proteger sua ideologia, a Coreia do Norte não se importa com a sua reputação internacional ou mesmo as consequências econômicas e diplomáticas que terá. Isso é demonstrado pelo caso de Otto Warmbier (citado na Revista Portas Abertas deste mês), um jovem americano que foi preso por tirar um cartaz de propaganda do hotel onde estava. Atitudes como essa mostram ao mundo como o país lida com a situação dos campos de trabalho forçado. Porém, esse é o tipo de publicidade que a Coreia do Norte tenta evitar a todo custo.
Entretanto, esse tipo de incidente e a resposta da comunidade internacional não mudarão a política do país. Pelo contrário, a Coreia do Norte se mostra cada vez mais ousada, determinada a reivindicar seu lugar no mundo e continuar jogando países diferentes uns contra os outros.
Quanto aos cristãos, eles permanecem escondidos, tentando sobreviver, da mesma forma que fizeram durante as últimas décadas. O país tem dois principais tipos de cristãos, os descendentes de comunidades cristãs de antes da Guerra da Coreia ou aqueles que encontraram a fé cristã de outras maneiras. Na maioria dos casos deste último, pessoas que se converteram durante a Grande Fome, na década de 1990, com a busca de ajuda na China, geralmente encontrada em igrejas. Quando são descobertos, esses cristãos não apenas são enviados para campos de trabalho forçado como criminosos políticos ou mortos no local, mas suas famílias também compartilharão do mesmo destino.
Os cristãos não possuem o menor espaço na sociedade, pelo contrário, são alertados publicamente a não possuírem nenhum tipo de religião. Por conta disso, encontrar outros cristãos para cultuar é quase impossível e caso alguns cristãos ousem fazer isso, deve ocorrer em sigilo absoluto. As igrejas mostradas aos visitantes em Pyongyang servem apenas para efeito de propaganda.
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