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Coreia do Norte

KP
Coreia do Norte
  • Tipo de Perseguição: Opressão comunista e pós-comunista, paranoia ditatorial
  • Capital: Pyongyang
  • Região: Leste e Sudeste Asiático
  • Líder: Kim Jong-un
  • Governo: Ditadura
  • Religião: Budismo, confucionismo, cheondoísmo, cristianismo
  • Idioma: Coreano
  • Pontuação: 98


POPULAÇÃO
25,9 MILHÕES


POPULAÇÃO CRISTÃ
400 MIL

DOAR AGORA

R$

Como é a perseguição aos cristãos na Coreia do Norte?  

A Coreia do Norte permanece um local extremamente hostil para os cristãos viverem. Se descobertos pelas autoridades, cristãos são enviados para campos de trabalho forçado como prisioneiros políticos, onde as condições são cruéis, ou mortos no local — a família deles compartilhará do mesmo destino. Cristãos não têm absolutamente nenhuma liberdade.

É quase impossível para cristãos se reunirem ou se encontrarem para cultuar. Aqueles que arriscam se encontrar devem fazer isso em sigilo absoluto — e sob enorme risco. Uma nova “lei do pensamento antirreacionário” torna amplamente claro que ser cristão ou possuir uma Bíblia é um crime sério e será severamente punido.
 

Um relatório publicado em 2022 pela Associação Internacional de Advogados e o Comitê de Direitos Humanos na Coreia do Norte disse que cristãos são alvos e expostos a tortura em prisões norte-coreanas. “Os períodos de detenção são documentados como sendo mais longos para os cristãos do que para outros grupos, testemunhas relataram que ‘cristãos identificados são interrogados por longos períodos, geralmente sob tortura’ e sujeitos a algumas das piores formas de tortura para forçá-los a incriminar outros durante o interrogatório”, afirma o relatório. 

O motivo para tal perseguição extrema é que o cristianismo é visto como uma ameaça específica à ideologia ditatorial e ao regime do país. Cristãos são vistos como inimigos da liderança governamental e da sociedade no geral.

Passo a passo, eu percebo como o Espírito Santo conduz minha vida. Eu decido colocar todas as coisas nas mãos de Deus. 

Yong-Gi (pseudônimo), cristã norte-coreana

O que mudou este ano?  

Ao longo do ano, contatos da Portas Abertas ouviram de fontes confiáveis que algumas dezenas de cristãos norte-coreanos de várias igrejas secretas foram descobertos e executados. Também disseram que mais de 100 membros das famílias deles foram reunidos e enviados para campos de trabalho forçado. 

Esses relatos mostram que a vida ficou ainda mais difícil para cristãos norte-coreanos, com a recém-introduzida “lei do pensamento antirreacionário” — que deixa claro que ser cristão e/ou possuir uma Bíblia é um crime sério e será severamente punido — coincidindo com o aumento nos incidentes de violência relatados contra cristãos. 

Quem persegue os cristãos na Coreia do Norte?   

O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos na Coreia do Norte são: opressão comunista e pós-comunista e paranoia ditatorial.  

Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores
das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos na Coreia do Norte são:
oficiais do governo, partidos políticos, cidadãos e quadrilhas, parentes.  

Quem é mais vulnerável à perseguição na Coreia do Norte?  

Cristãos de toda a Coreia do Norte são igualmente suscetíveis à perseguição extrema nas mãos do Estado autoritário da Coreia do Norte. Uma revolta é impensável e o regime mantém um olhar atento sobre todos os cidadãos. A fronteira com a China é agora monitorada mais de perto, tornando ainda mais difícil para os cidadãos escaparem. 

Cristãos que estão em prisões, campos de trabalho forçado e zonas de controle total podem ser vistos como os que mais enfrentam perseguição, mas não é fácil obter informações atualizadas desses campos.  

Como as mulheres são perseguidas na Coreia do Norte?  

A maioria dos refugiados norte-coreanos são mulheres e estão em grande risco de repatriação forçada, interrogatórios severos (incluindo torturas) e tráfico humano. Acredita-se que seja frequente o abuso sexual de mulheres mantidas em um dos campos de trabalho forçado mais notórios do país. 

As autoridades até mesmo direcionam meninas e mulheres cristãs para o abuso sexual em uma tentativa deliberada de atingir a abordagem bíblica de pureza sexual. Mulheres cristãs repatriadas grávidas de homens chineses (com frequência como resultado de serem vítimas de tráfico humano) também podem enfrentar abortos forçados pelas autoridades que querem evitar que a linhagem norte-coreana seja “contaminada”. 

Como os homens são perseguidos na Coreia do Norte?  

Na sociedade patriarcal da Coreia do Norte, o controle sobre a população é especialmente focado no homem como chefe da família. Todos os homens devem frequentar locais de trabalho designados pelo governo. Eles devem confirmar sua presença e não podem parar de trabalhar por nenhuma razão particular, tornando mais difícil para eles fugirem do país do que as mulheres. Isso porque a designação do trabalho é um sistema do governo para controle das pessoas. Os que forem expostos como cristãos provavelmente serão envergonhados publicamente. 

O alistamento militar obrigatório de dez anos (começando aos 17 anos) pode expor qualquer conexão familiar com o cristianismo. Se tal conexão é encontrada, homens não podem ser membros do Partido e recebem as posições mais baixas nas universidades e nos locais de trabalho. Homens cristãos mantidos em campos de trabalho forçado são maltratados e sofrem abusos físicos. 

O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos na Coreia do Norte?  

Os colaboradores secretos da Portas Abertas mantêm 80 mil cristãos norte-coreanos vivos com alimento vital e ajuda por meio de redes secretas na China, bem como fornecendo abrigo e treinamento de discipulado para refugiados norte-coreanos em casas seguras na China. 

Como posso ajudar os cristãos na Coreia do Norte?  

Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, sua ajuda vai para locais onde a perseguição é extrema e a necessidade é mais urgente. 

QUERO AJUDAR

Pedidos de oração da Coreia do Norte  

  • Ore para que o Espírito Santo derrame continuamente da paz sobrenatural e força para os cristãos mantidos em campos de trabalho forçado. 
  • Peça que os cristãos que corajosamente se reúnem em segredo sejam protegidos dos olhares curiosos das autoridades.  
  • Interceda para que o regime norte-coreano permita que o país receba ajuda do resto do mundo. 

Um clamor pela Coreia do Norte  

Deus pai, agradecemos ao Senhor pela coragem notável de nossos irmãos e irmãs na Coreia do Norte. Continue encorajando-os, capacitando-os e enchendo-os com seu poder enquanto seguem ao Senhor em meio à perseguição extrema. Proteja os encontros secretos de cristãos — que as reuniões deles sejam lugares de encontros divinos. Dê sabedoria, ousadia e discernimento para seus filhos saberem como expressar a fé na sociedade sem chamar a atenção das autoridades. Nós clamamos ao Senhor por essa nação, pedindo que edifique sua igreja e suavize os corações endurecidos, tanto de Kim Jong-un e de todas as autoridades. Em nome de Jesus, amém. 

Foi depois da 2ª Guerra Mundial que a Península da Coreia foi dividida em dois países: Coreia do Norte e Coreia do Sul. Mas registros mostram a presença de comunidades na Península da Coreia desde 2.300 a.C. Em 1945, a Coreia do Norte conquistou a independência. Após o fracasso ao tentar dominar a parte Sul da ilha, durante a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, começou o governo de Kim II-sung, que foi sucedido em 1994 pelo filho, Kim Jong-il, e em 2011 pelo neto, Kim Jong-un, atual regente do país.  

A capital da Coreia do Norte é Pyongyang, umas das poucas áreas urbanas e industriais do país. Tanto vizinhos próximos, China e Rússia, como os mais distantes, Japão, já invadiram o território coreano no século 19 e tentaram dominá-lo, o que causou impactos na sociedade e economia norte-coreanas.  

O governo tentou diversos planos econômicos para recuperar as finanças do país desde 1954. A nação procura mostrar-se bem-sucedida internacionalmente, mas o cenário mostra o fracasso do regime em reestabelecer a economia nacional. Um dos projetos era restaurar as cidades destruídas pela Guerra da Coreia, que, mesmo 50 anos depois do conflito, lutam para se reerguer. 

Desde o governo de Kim II-sung, a Coreia do Norte desenvolve armas nucleares. O país quer ser levado a sério e ser ouvido internacionalmente, uma das razões por que seus líderes têm batalhado para avançar a tecnologia nuclear e espacial, fazendo o mundo perceber sua existência. O país ficou conhecido pelas constantes ameaças de um conflito mundial, com teste de mísseis, discursos beligerantes e ataques na fronteira com a Coreia do Sul, no entanto, nenhumas delas foi de fato adiante. O exército tem um papel importante para a liderança do país, mas sua importância política diminuiu nos últimos anos. 

Anos recentes 

A política nuclear tem sido bem-sucedida à medida em que Kim Jong-un conseguiu seu primeiro encontro presencial histórico com o presidente norte-americano Trump, em junho de 2018, seguido por mais encontros em 2019. Entretanto, isso não levou a resultados concretos ou alívio nas sanções internacionais e ênfase na autossuficiência e força do país. Isso pode ser visto no desenvolvimento do programa de armas, que encheu o conteúdo do discurso feito por Kim Jong-un no 75º aniversário do Partido Comunista Norte-coreano em 2020. 

A pandemia da COVID-19 também intensificou a crise no país. Mais de um ano depois do início do surto, o governo reconheceu em 2022 o primeiro caso de COVID-19 e implementou medidas rígidas de isolamento social. A decisão de fechar todas as fronteiras com a China piorou a economia frágil e a situação de grande parte da sociedade. O sistema de saúde norte-coreano já estava debilitado antes mesmo da chegada da pandemia.  

Durante anos, a Coreia do Norte recebeu ajuda da União Soviética e da China, única aliada que continua contribuindo com o país. O país precisa de ajuda internacional e precisou abrir-se um pouco para recebê-la, mas o regime restringe o acesso aos cidadãos necessitados e está sob sanções internacionais, buscando manter apenas o mínimo de contato necessário com o exterior. A segurança do regime e da ideologia sempre serão priorizadas acima do bem-estar do seu povo. 

A nação tem duas ideologias como base. Uma é chamada juche, que basicamente diz que o homem é autossuficiente. Esse princípio é usado para evitar a influência estrangeira no país e incentiva a confiar apenas no que é nacional, próprio da Coreia do Norte. A outra é o kimilsungismo, ou seja, a adoração aos líderes, que são considerados entidades onipotentes que guiam a Coreia do Norte e a ajudam a florescer. Os princípios combinam as duas grandes características do país: a aversão ao que é estrangeiro e o culto aos líderes nacionais. 

Há décadas, o racionamento de alimentos, os campos de trabalho forçado e a estagnação econômica definem o contexto norte-coreano. Mesmo o aumento da produção agrícola no país não é suficiente para atender às necessidades da população. A filosofia juche também evita que indústrias e outras estruturas econômicas consideradas estrangeiras cresçam. Dessa forma, tanto pela postura do governo, quanto pelas sanções de outros países, a Coreia do Norte permanece isolada desde 1945.  

O isolamento também tornou a Coreia do Norte uma das sociedades etnicamente mais homogêneas do mundo. Quase toda a população é coreana. Uma minoria chinesa constitui o outro grupo étnico do país. A língua oficial é o coreano. O país é regido por Kim Jong-un, que ocupa posições centrais em todas as esferas importantes: Partido, Estado e Exército. Os títulos que a família e o próprio Kim Jong-un recebem, mesmo durante as crises econômicas da Coreia do Norte, mostram a influência e o domínio da linhagem Kim sobre o país. 

O regime investe principalmente no exército, nas manufaturas de aço e na agricultura, mas existe uma economia privada informal, com pequenos comércios em centros urbanos, que ajuda o país e o povo a sobreviver. As outras fontes de sustento norte-coreanos são os campos de trabalho forçado, para onde muitos cristãos são enviados quando presos, e os valores enviados por norte-coreanos que vão trabalhar no exterior, geralmente na Rússia ou China.  

Todas as terras são controladas pelo regime norte-coreano. A produção é enviada diretamente para o governo, que define a distribuição da mesma entre as províncias. O salário dos que trabalham no exterior também é enviado diretamente para o regime, sobrando pouco ou quase nada para os trabalhadores. A pesca também é um dos grandes provedores de alimento para norte-coreanos. 

A “lei do pensamento antirreacionário” aumentou o controle social no país. Possuir uma Bíblia e ser cristão já eram práticas proibidas pela lei, o que mostra a postura anticristã do regime, mas as alterações recentes enrijeceram as regras, proibindo o acesso a músicas, como K-pop, e outras referências culturais consideradas estrangeiras ou ocidentais. Até mesmo o deslocamento dentro do país, entre as províncias, exige a aprovação do governo.

Em 1603, um diplomata coreano retornou de Pequim carregando vários livros de teologia escritos por um missionário jesuíta na China. Ele passou, então, a divulgar as informações presentes nos livros e as primeiras sementes do cristianismo, na forma católica romana, foram semeadas. Em 1758, o rei Yeongjo de Joseon proibiu oficialmente o cristianismo alegando ser uma prática maligna, e os cristãos coreanos foram submetidos a perseguição severa, particularmente entre 1801 e 1866. Nesse período, aproximadamente oito mil católicos foram mortos em toda a Coreia. 

Quando os primeiros missionários protestantes se estabeleceram permanentemente no Norte da Coreia, em 1886, eles encontraram ali uma pequena comunidade de cristãos e, um ano depois, a primeira Bíblia foi impressa em coreano. A anexação da Coreia do Norte pelo Japão em 1905 (oficialmente em 1910), não intencionalmente, causou um grande aumento no número de cristãos e o cristianismo se tornou associado com movimentos que apoiavam o nacionalismo coreano. Em 1907, começou um grande avivamento que marcou a história, a ponto de a capital Pyongyang ser conhecida como a “Jerusalém do Oriente”. Centenas de igrejas surgiram e houve numerosas reuniões de avivamento. Missionários também estabeleceram instituições de ensino em todo o país. 

O domínio japonês sobre o país trouxe a perseguição religiosa, e cristãos e outros civis foram forçados a se curvar diante dos altares do imperador. Após a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, Kim Il-sung chegou ao poder na área de controle soviético da Península Coreana, ao norte do Paralelo 38. Em 1948, ele impôs um regime comunista e ateísta. Durante a Guerra da Coreia (1950-1953), muitos cristãos fugiram e, depois da guerra, dezenas de milhares de cristãos foram mortos, presos ou banidos para áreas remotas. O resto da igreja se tornou clandestina. Antes da Guerra da Coreia havia cerca de 500 mil cristãos na Coreia do Norte. Apenas dez anos depois, não havia mais a presença visível da igreja. 

Culto aos líderes e doutrinamento 

A religião na Coreia do Norte atualmente resume-se ao culto da família dos líderes políticos, ou seja, a família de Kim II-sung. Todos têm de participar de reuniões semanais e sessões de autocrítica e memorizar mais de 100 páginas de material ideológico, que inclui documentos, poemas e canções que louvam os feitos e a majestade da família Kim. Até mesmo crianças na pré-escola são doutrinadas. 

Oficiais do Partido são obrigados a estudar a ideologia política duas horas por dia, além de participar de qualquer sessão de estudo semanal já existente e encontros de autocrítica. Isso não apenas coloca um grande peso sobre os oficiais, mas também mostra quão tensa é a situação para aqueles considerados como “forças hostis”.  

Ainda há seguidores do budismo e do confucionismo no país, apesar da adoração aos líderes não dividir espaço com qualquer outra religião, em teoria. No entanto, como essas religiões pertencem à mentalidade cultural, os adeptos podem viver a fé sem que qualquer um note e essas religiões são toleradas.  

O cristianismo, pelo contrário, é visto como uma religião estrangeira perigosa que deve ser combatida ferozmente. Se reunir com outros cristãos para adorar é praticamente impossível e, se alguns ousam fazê-lo, têm que ser em máximo sigilo. As igrejas mostradas aos visitantes em Pyongyang servem meramente a propósitos de propaganda. A Portas Abertas estima que o número de cristãos no país é de 400 mil, mas pode ser de até 500 mil. Cristãos e seus descendentes estão registrados na classe hostil do sistema de classificação social norte-coreano, que continua em operação, e ainda influencia muito a vida diária, excluindo essas pessoas da ajuda estatal e outros benefícios sociais por causa da relação com o cristianismo.  

Sobre nós

Uma organização cristã internacional que atua em mais de 60 países apoiando os cristãos perseguidos por sua fé em Jesus.

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