Portas Abertas • 1 fev 2020
Apesar da tensão no período do Ramadã, cristãos escolhem não revidar a perseguição enfrentada
Desde de 2011, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu os dias 1 a 7 de fevereiro como a Semana Mundial da Harmonia Inter-religiosa. Na ocasião, líderes mundiais são incentivados a trabalhar para o aumento da tolerância religiosa, com o objetivo de fomentar uma convivência pacífica entre pessoas de diferentes crenças. Em alguns países de maioria islâmica, como a Indonésia, o respeito entre cristãos e muçulmanos pode ser uma via de mão única, onde os seguidores de Jesus precisam estar convictos da nova fé para não cederem à pressão constante, principalmente no Ramadã. O nono mês do calendário islâmico é quando os seguidores de Maomé praticam jejum de alimentos e de água, entre o nascer e o pôr do sol. Os rituais duram em média 30 dias, em 2020 acontecerá entre 23 de abril e 23 de maio.
De acordo com Samir*, que teve um encontro com Cristo há quase dois anos, no período do Ramadã as abordagens para retornar ao islã acontecem com mais frequência e insistência. “Eles disseram que, se morrermos, nenhum dos aldeões cuidará do nosso corpo ou, se ficarmos doentes, ninguém nos visitará ou nos ajudará. Eles até ameaçaram nos expulsar de nossa casa e desta vila”, testemunha. Os cristãos são mal vistos e ridicularizados por não jejuarem como os muçulmanos. O resultado da hostilidade pode ser a violência física, principalmente se uma pessoa for pega fazendo uma refeição.
A Portas Abertas trabalha para que o diálogo inter-religioso exista mesmo em datas mais tensas. Uma das maneiras é promover o treinamento “Permanecendo Firmes Através da Tempestade”, onde os cristãos aprendem a responder à perseguição de maneira bíblica, e isso inclui realizar ações de respeito e amor para com os opressores. Na época em que os muçulmanos indonésios podem estar mais irritados, os seguidores de Isa (Jesus, em árabe) cozinham para eles e oferecem ajuda à comunidade.
Lina*, uma das líderes de Samir, explica que a intenção de servir aos que tem uma fé diferente é ser bênção. “No ano passado, tivemos falta de água limpa e recebemos o recurso de um irmão na fé. Os muçulmanos vieram até nós em busca de ajuda, então compartilhamos a água com eles. Também adquirimos roupas de segunda mão, que ainda podem ser usadas, e doamos algumas para os que precisam. Geralmente, a comunidade agradece nosso apoio”, revela.
A cristã acredita que apesar do medo pelos frequentes ataques, o Ramadã é um dos melhores períodos para compartilhar sobre Jesus, já que as atenções estão voltadas para práticas religiosas. Uma das abordagens acontece às pessoas que não estão fazendo os rituais como a religião exige. “Perguntamos aos muçulmanos como eles garantirão a salvação se não puderem realizá-la. Eles geralmente não têm uma resposta para isso. Esse é o momento certo para apresentar Isa, o único que pagou todos os nossos pecados para garantir nossa salvação no céu”, completa.
*Nomes alterados por segurança.
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