Portas Abertas • 10 nov 2017
Sonu Arshad, que vive na remota aldeia de Sukheki, a 200 quilômetros ao norte de Lahore, pertence a uma dessas famílias, que são os únicos cristãos da aldeia. As famílias fugiram na sexta-feira, 3 de novembro, depois que uma página em uma rede social, passando-se pelo canal de televisão local Madhani, publicou uma fotografia do adolescente e pediu aos moradores que "queimassem sua igreja e o levassem à pena de morte".
Houve rumores de que uma multidão se formou após uma reunião de oração da comunidade muçulmana. Porém, o chefe da polícia da cidade vizinha, Daska, disse à Portas Abertas que a situação está "sob controle" e que uma acusação já foi feita contra as pessoas (não identificadas) que criaram a falsa página na rede social.
"Não há provas de que Arshad tenha cometido algum crime", disse uma autoridade local. "Essa é uma falsa acusação e o caso foi encaminhado para a Agência Federal de Investigação para identificar os culpados". O canal de televisão Madhani não comentou ou respondeu ao uso de seu logo na acusação contra o adolescente. Isso significa que o caso não recebeu muita cobertura na mídia paquistanesa, para o alívio da comunidade cristã.
O conselheiro cristão local Naseer Ghulam disse que não sabe para onde as famílias foram. "Ninguém sabe a razão de terem acusado Arshad por meio dessa campanha online de difamação", acrescentou. O Paquistão, 4º colocado na atual Lista Mundial da Perseguição, tem uma das mais rigorosas leis de blasfêmia no mundo, e ela já foi usada contra minorias religiosas muitas vezes. Vários cristãos foram mortos no país após acusações de blasfêmia e outros presos, incluindo a Asia Bibi, que está no corredor da morte desde 2010.
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