Portas Abertas • 18 jan 2018
Os cristãos perseguidos do Chade contam apenas com Deus e a ajuda dos irmãos (Foto ilustrativa)
O pastor Manoah* pediu oração por um membro da igreja que estava sendo pressionado a participar de um ritual secreto de iniciação para homens, chamado Yondo. Ele aproveitou a oportunidade para alertar a igreja sobre os perigos de participar desses rituais, que nessa comunidade do sul do Chade acontecem a cada sete anos e são parte das chamadas Religiões Tradicionais Africanas (essas religiões não possuem textos ou livros sagrados e se baseiam na tradição ou na narração passada de geração para geração).
Por ser secreto, o ritual não pode ser comentado diante de mulheres ou crianças. Então quando a aldeia descobriu que o pastor havia falado sobre isso no culto, um grupo se reuniu e atacou 11 cristãos que estavam reunidos para oração na casa de um membro da igreja, Daniel*. Eles viraram a mesa, jogaram as Bíblias no chão e bateram nos cristãos. Também levaram Daniel e um outro cristão, Elisha*, para o lugar onde aconteceria a iniciação na floresta. Chegando lá, tiraram as roupas deles e os açoitaram por se negarem a participar do ritual, e só os libertaram quando seus pais pagaram o resgate.
Depois disso, também invadiram a casa do pastor Manoah, destruíram toda a propriedade e mataram os animais. Em seguida foram para a igreja, onde destruíram bancos, cadeiras e instrumentos musicais, assim como a casa do zelador. Manoah, Daniel e Elisha foram, então, expulsos do vilarejo e assim permanecem até hoje – alguns separados da família. Os ataques levaram muitos cristãos a fugir da cidade, mas uma boa parte já retornou. No entanto, eles ainda não retomaram os cultos na igreja e apenas se reúnem discretamente em lugares alternativos.
As autoridades locais não fizeram nada para proteger os cristãos. Pelo contrário, um oficial administrativo declarou publicamente que a igreja tem que se desculpar por ofender a comunidade. Ele também negou a existência da igreja e pediu provas de que tinham autorização para funcionar.
A Portas Abertas visitou esses cristãos para encorajá-los e também levou comida e dinheiro para manter os filhos na escola. Elisha disse: “Somos gratos não apenas pelas coisas que recebemos, mas mais importante, por saber que vocês estão lutando esta batalha espiritual conosco. Ainda que nos prendam e torturem, continuaremos lutando em oração e vencendo como filhos de Deus”. O pastor Manoah também expressou sua gratidão: “Agradecemos a Deus por nos abrir uma porta através de vocês; agradecemos a Deus e aos irmãos”.
*Nomes alterados por segurança.
Pedidos de oração:
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