Portas Abertas • 8 fev 2022
Cristãos foram deslocados sem a menor ideia de como vão manter as famílias
Há pouco mais de um ano, no dia 1º de fevereiro de 2021, militares tomaram o poder em Mianmar, por meio de um golpe de Estado. Até hoje, a guerra civil entre os militares e os grupos armados étnicos continua a trazer desespero para muitos, inclusive cristãos.
Na época, o pastor Ko Ko Thun* contou aos parceiros da Portas Abertas sobre o histórico de perseguição aos cristãos pelos militares no país. “Quando me lembro da junta militar anterior, fico tão chateado que não posso controlar minhas lágrimas. Quando eu ainda era estudante, lembro-me deles checando as carteiras de identidade minhas e dos meus amigos e nos fazendo ficar sob a chuva. Eles também confiscaram nossos livros. Uma vez, carregamos nosso próprio arroz para cozinhar em nosso albergue, e os soldados nos acusaram de fornecer arroz aos grupos insurgentes e nos detiveram”, disse.
Desde o golpe e a tomada do poder, a situação dos cristãos piorou e os líderes cristãos temem que a perseguição cresça no país. Milhares de pessoas perderam seus entes queridos ou foram deslocadas sem a menor ideia de como sua família pode sobreviver.
Um parceiro local da Portas Abertas explicou a dificuldade encontrada no país: “A situação é horrível e a vida está ficando cada vez mais sombria para as pessoas em Mianmar. Os cristãos, na verdade todos os civis, em Mianmar estão vivendo com medo. As pessoas estão traumatizadas com o que vem acontecendo. Elas estão lutando pela sobrevivência. Os cristãos são alvo em todo o país”.
Um dos incidentes mais chocantes aconteceu na véspera de Natal, quando 30 pessoas foram mortas em um incêndio de veículos enquanto voltavam das comemorações de Natal. Em outra situação, dois pastores foram mortos.
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