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À medida que Mianmar entra no quinto ano de um conflito cada vez mais violento, soluções – ou mesmo um cessar-fogo – não estão à vista. E a violência tem um impacto devastador sobre a minoria cristã do país, que está entre os que mais sofrem o impacto dos ataques.
Desde o golpe militar em fevereiro de 2021, os cristãos enfrentaram maior violência e restrições mais rígidas. Cristãos foram mortos e igrejas foram atacadas indiscriminadamente. Isso inclui aqueles em estados predominantemente cristãos, como Chin, Kayah e Kachin, e em áreas com minorias cristãs significativas, como a Divisão de Sagaing, a Divisão de Yangon e a Divisão de Irrawaddy. Mais cristãos do que nunca foram expulsos de suas casas e encontraram refúgio em igrejas ou campos de deslocados. Alguns são até forçados a fugir para a floresta, onde, muitas vezes, são privados de acesso a alimentos e cuidados de saúde.
As forças do governo continuam a atacar desproporcionalmente aldeias e igrejas cristãs. Elas também mataram trabalhadores humanitários e pastores cristãos, muitas vezes, em ataques aéreos. Além do conflito, os que se convertem ao cristianismo são perseguidos pela família e comunidade budista, muçulmana ou indígena por deixarem a antiga fé. As comunidades que pretendem permanecer “apenas budistas” tornam a vida impossível para as famílias cristãs. Grupos de igrejas não tradicionais também enfrentam oposição, especialmente os localizados em áreas rurais e conhecidos pelas atividades evangelísticas.
Tun Maung (pseudônimo), cristão deslocado interno em Mianmar
Na última década, algum progresso foi feito nos direitos das mulheres em Mianmar, mas isso está desaparecendo rapidamente desde o golpe militar em fevereiro de 2021. A agressão sexual e física por parte das forças armadas é uma ameaça significativa para as mulheres cristãs, particularmente as pertencentes a minorias étnicas.
De acordo com um provérbio tradicional birmanês, “marido é deus, filho é mestre”, indicando como as mulheres em Mianmar são vistas como inferiores aos homens. Tais atitudes significam que qualquer cristã birmanesa que deixe a fé tradicional para seguir a Jesus, assim como sua família, pode enfrentar severa punições, incluindo casamento forçado e prisão domiciliar.
Há relatos de mulheres cristãs no estado de Kachin, de maioria cristã, sendo traficadas para a China e vendidas a homens chineses. O exército de Mianmar também tem como alvo as mulheres cristãs em Kachin que vivem em campos de deslocados internos. As mulheres deslocadas nos estados de Kayah, Shan, Chin, Sagaing e Mandalay e as que vivem como refugiadas também são alvos de tráfico e exploração de mão de obra barata.
Na cultura de Mianmar, os homens são incentivados a encontrar trabalho como principais responsáveis pela provisão da família. Mas, como os cristãos têm menos oportunidades de trabalho, as famílias muitas vezes precisam lutar pela sobrevivência. Os homens cristãos também podem ser submetidos a ameaças, espancamentos, prisão e até tortura por escolherem seguir a Jesus.
O conflito em curso em Mianmar significou que mais pessoas pegaram em armas para lutar. Os militares são conhecidos por impor trabalho forçado a homens cristãos para impedi-los de frequentar a igreja. Houve casos de pastores perseguidos depois de desencorajar jovens a se juntarem aos grupos rebeldes.
O regime militar de Mianmar está aplicando a lei de recrutamento, ou seja, ao legalizar o serviço militar obrigatório, a junta concede a si mesma a licença para sequestrar cidadãos, especialmente homens. Se os cidadãos ignorarem a intimação, eles podem ser presos. As escolas budistas Na Ta La também visam converter meninos cristãos para impedir que o cristianismo se espalhe para a próxima geração.
Por meio de parceiros locais, a Portas Abertas fortalece os cristãos perseguidos em Mianmar por meio da distribuição de literatura cristã, programas de discipulado e liderança, apoio aos meios de subsistência e ministérios de famílias, crianças e jovens.
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para o projeto da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos que enfrentam maiores necessidades.
O termo “tipo de perseguição” é usado para descrever diferentes situações que causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Mianmar são: paranoia ditatorial, nacionalismo religioso, hostilidade etno-religiosa, corrupção e crime organizado.
Já as “fontes de perseguição” são os condutores/executores das hostilidades, violentas ou não violentas, contra os cristãos. Geralmente são grupos menores (radicais) dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo. As fontes de perseguição aos cristãos em Mianmar são: oficiais do governo, líderes religiosos não cristãos, grupos religiosos violentos, partidos políticos, líderes de grupos étnicos, parentes, grupos de pressão ideológica, cidadãos e quadrilhas, grupos paramilitares, redes criminosas.