Portas Abertas • 10 fev 2023
As medidas restringem cultos cristãos e uso de redes sociais
A Junta Militar de Mianmar decretou lei marcial em 37 cidades dos estados de Chin, Kayah e Karen, no distrito de Sagaing, e em outras duas repartições. A mudança aumentou as restrições aos cristãos e indica a intensificação da guerra civil nesses estados.
Na última semana, uma testemunha local, Ko Min (pseudônimo), descreveu a ação: “Desde que a lei marcial foi imposta, a corte militar investiga denúncias de rebeliões nacionais, difamação contra o governo e violações da lei de comunicação eletrônica, corrupção e leis de armas”.
Há dois anos, Mianmar foi tomado por um golpe militar e desde então vive uma crise humanitária, afetando especialmente comunidades cristãs nativas. A determinação das autoridades é uma tentativa de silenciar opositores do governo, no entanto, na prática, ela atinge não apenas os grupos rebeldes, mas cristãos inocentes que perdem direitos civis, como o acesso a escola para os filhos e o direito de se reunirem para cultuar.
O Conselho Militar anunciou que ações podem ser tomadas segundo as regras do Artigo de Armas e o Artigo de Novas Mídias. Essas medidas aumentam a vigilância sobre sermões e cultos nas igrejas transmitidos nas redes sociais. Restrições e obstrução para que os cristãos se reúnam em culto também devem aumentar, pois o governo vê as reuniões como conspiração contra os militares.
A condição de segurança continua a piorar em Mianmar. “A lei marcial deixa os cristãos em uma situação ainda mais perigosa. O conflito deve aumentar onde vivemos e, provavelmente, aumentará o número de deslocados internos. Ore por nós”, conclui Ko Min.
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