Portas Abertas • 13 fev 2023
Família Koh permanece em busca de respostas
Susanna Koh está cansada. Durante seis anos ela lutou para que o governo da Malásia e a polícia encontrassem os responsáveis pelo desaparecimento do marido, o pastor Raymond Koh. Nenhum deles conseguiu dar um passo sequer na investigação do caso que teve repercussão internacional.
O silêncio e o tempo são desgastantes na busca pela verdade. Enquanto o sistema judiciário caminha lentamente e o desânimo quer atingir a família, Susanna não perde a fé: “Confiamos que Deus tem um tempo certo para tudo e confiamos completamente nele”.
Esther, a filha mais velha do casal, compartilha a mesma esperança mesclada com tristeza: “A Bíblia diz: ‘A esperança adiada entristece o coração’. Sentimos muita falta dele e aguardamos o dia em que ele voltará para casa”.
Há seis anos, nesta data, o pastor Koh estava dirigindo até a casa de um amigo, na Malásia, quando foi raptado, em plena luz do dia. As imagens da câmera de segurança indicam que foi uma ação planejada. Quase 15 homens estavam envolvidos no sequestro. Tudo aconteceu em 45 segundos.
O desaparecimento do pastor deixou a família devastada e angustiada por respostas. Quando Susanna denunciou o desaparecimento, foi levada para um interrogatório que durou cinco horas. Acusações de evangelismo de muçulmanos e “cristianização”, consideradas ações ilegais na Malásia, recaíram sobre o pastor.
Quando percebeu que a polícia não a ajudaria, a família buscou respostas por conta própria. Foi quando obteve acesso às câmeras da rua onde o rapto foi executado e assim conseguiu uma primeira evidência do que havia acontecido com o pastor Koh.
Em 2019, a Comissão de Direitos Humanos da Malásia concluiu que o pastor foi vítima de um desaparecimento forçado, organizado por um grupo especial da polícia que age em nome do Estado. Por causa desse anúncio, uma força tarefa foi organizada para investigar o caso e oferecer um relatório em seis meses. No entanto, a conclusão não foi publicada até hoje.
O caso continua em andamento na Suprema Corte da Malásia. A próxima audiência está agendada para junho deste ano. Nesse meio tempo, a família tenta acessar a cópia dos relatórios sobre o caso para dar andamento ao processo.
Cada passo é difícil, mas Susanna continua na jornada em busca do que aconteceu com o marido. Ela inaugurou uma pequena loja e está envolvida em diversas atividades da comunidade local. A filha mais velha do casal, Esther, está estudando psicologia e quer ser uma conselheira pós-trauma. Elizabeth, a outra filha do casal, foi com o irmão, Jonathan, para os Estados Unidos, onde trabalham com algumas instituições de caridade.
“Vamos lutar para manter a memória de meu marido viva e garantir que as pessoas não esqueçam o que aconteceu”, diz Susanna. Parceiros locais continuam auxiliando a família do pastor Koh com apoio em oração e aconselhamento.
Susanna e a família continuam resplandecendo a confiança em Deus e se tornaram uma referência de coragem e testemunhas de esperança para a comunidade cristã na Malásia e em várias partes do mundo.
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