Portas Abertas • 18 fev 2015
Pesquisadores que monitoram o crescimento e desenvolvimento de cristãos na região, relatam que a insegurança ao longo da fronteira do Quênia com a Somália tem forçado o êxodo de professores, mesmo diante da proximidade do novo ano escolar. De acordo com a pesquisa, a ameaça da Al-Shabaab (grupo radical islâmico que domina a região) perdura e atinge as salas de aula que são abandonadas pelos professores que temem ser o próximo alvo do grupo. Ashagrie, analista de perseguição do departamento de pesquisa da Portas Abertas Internacional explica que muitos desses professores vêm do interior, de Nairobi e de outras regiões e, sendo cristãos, fogem das ameaças desses grupos. “O êxodo desses professores está resultando em uma grave crise social, que se configura em um perigo ainda maior à sociedade do que os incidentes violentos”, confirma Ashagrie. É mais perigoso para a sociedade do que incidentes violentos.
Existem dois tipos de escolas da região: as madrassas islâmicas e as escolas públicas. São as salas de aula nas escolas públicas que agora estão vazias, pela fuga quase em massa dos professores cristãos. Enquanto jovens muçulmanos ainda podem frquentar as madrassas, as crianças cristãs só podem frequentar escolas públicas. As salas de aula vazias também é uma estratégia do Al-Shabaab para desprovir os cristãos de educação, impossibilitando um desenvolvimento futuro. Além disso, falta coragem política para reconstruir as bases da educação pública no Quênia. E, apesar do receio do Al-Shabaab e seu esforço em dizimar a população cristã, tem fundamento, mas a saída dos professores das escolas terá um profundo impacto sobre os cristãos do nordeste do Quênia a médio e longo prazos.
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