Fortaleza cristã resiste aos ataques do Estado Islâmico

Portas Abertas • 3 nov 2016


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A cidade iraquiana de Al Qosh, que fica ao norte do país, é a única fortaleza cristã que sobreviveu aos ataques do Estado Islâmico. Continuam ali quatro igrejas, dois mosteiros, líderes visionários e cerca de 500 famílias que continuam a louvar a Deus, apesar de tantos desafios e dificuldades. Aqueles que foram obrigados a deixar suas casas e que agora buscam sinais de esperança para o futuro do cristianismo no Iraque podem se dirigir para lá.

“O cristianismo em Al Qosh é como o ouro, porque foi testado no fogo. Dói, mas o resultado é maravilhoso, pois quando o ouro suporta altas temperaturas, ele fica ainda mais puro do que antes. Assim somos nós, os cristãos”, comenta um deles que sempre viveu ali, a cidade de um dos profetas do Antigo Testamento, Naum. Seu túmulo permanece disponível para visitações, com os textos hebraicos da época.

Os moradores da cidade, desde a Idade Média, têm permanecido fiéis ao cristianismo e estão determinados a continuar assim. “Os al qoshians são conhecidos por sua personalidade forte e resistente”, disse um líder cristão local que sempre viveu ali. “Há somente um Deus nesse lugar, que está sempre presente, por que eu deveria ir embora? Enquanto eu puder oferecer pelo menos um copo d’água para alguém que tem sede, então eu posso servir a Cristo aqui em Al Qosh”, acrescentou.

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Tentativa de invasão frustrada

Em 2014, o Estado Islâmico tentou invadir a cidade. Mulheres e crianças partiram por questões de segurança, mas os homens ficaram para defender sua comunidade, com a ajuda de soldados curdos conhecidos como “os peshmergas”, termo que literalmente quer dizer “aqueles que enfrentam a morte”. Depois de um grande confronto, eles venceram a guerra e então suas famílias puderam retornar.

Isso não quer dizer que, hoje, eles vivam em paz. “Desde 1932, quando o Iraque tornou-se independente, os cristãos nunca foram respeitados e sempre enfrentaram a guerra, a pressão e a perseguição”, comenta um dos colaboradores da Portas Abertas. “O povo dessa cidade recebeu autorização de possuir terras e casas, e também de manter uma ‘comunidade pura’, ou seja, livre de outras religiões e tribos. Dessa forma, a população dessa região é 100% cristã”, ele explica.

Mas o preço dessa “liberdade” é alto. “O Estado Islâmico é uma ‘máquina de matar’ e eles não enxergam os soldados como pessoas, mas como alvos que devem ser atingidos com suas armas de fogo. Não importa que a nossa história seja diferente e que façamos tudo com amor, eles simplesmente querem nos eliminar”, disse um líder cristão. Mas isso não assusta a igreja de Al Qosh: “Nosso lugar é aqui e é aqui que nossa fé é alimentada a cada dia. Os cristãos iraquianos que se mudam para a Europa ou para a América do Norte colocam sua fé em perigo, porque encontram culturas diferentes. A fé pode desaparecer se você deixa sua comunidade para fazer parte de outra. É necessário preservar os valores cristãos bíblicos”, conclui o líder.

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