Portas Abertas • 13 set 2021
Desde fevereiro, os cristãos no país lidam com incertezas após os militares assumirem o poder em Mianmar
No dia 7 de setembro, o líder do movimento democrático em Mianmar anunciou que se revoltará contra o governo militar que tomou conta do país desde fevereiro deste ano. Enquanto se preparam para mais conflitos no Dia D, os cristãos temem pelo futuro do país e pedem orações: "Por favor, não se esqueçam de nós".
O presidente interino do Governo de Unidade Nacional de Mianmar, Duwa Lashi La, fez um anúncio de que eles estão retomando o governo de Mianmar do regime militar. Ele convocou os cidadãos a se revoltarem contra os militares e iniciarem uma revolta nacional em cada aldeia e cidade em uma "guerra defensiva".
Irmão Lwin*, parceiro de campo da Portas Abertas em Mianmar, diz: "Desde o início do golpe, o povo de Mianmar tem sofrido com instabilidade e violência. Igrejas foram destruídas em ataques - tanto em ataques aéreos quanto em ataques terrestres - e uma sensação de medo nos cobriu. Agora que o governo democrático anunciou o Dia D, estamos prontos para enfrentar ainda mais derramamento de sangue. Não temos certeza de quanto tempo essa luta vai durar, mas por favor, mantenham nosso povo em suas orações. Por favor, não se esqueçam de nós".
Desde a tomada militar em fevereiro, Mianmar tem vivido momentos caóticos. Para alguns cristãos, a luta constante se tornou o novo normal. Fal*, um cristão local, compartilha: "O anúncio do Dia D não é chocante para mim, pois tenho ouvido sobre explosões de bombas. Eu não sei quanto poder e armas o Governo de Unidade Nacional ou o povo tem, e quanto tempo a luta continuará ou durará".
Com o anúncio, o irmão Lwin diz que as reações da igreja variam. "Alguns esperam que essa revolta inicie alguma paz, enquanto a maioria ainda teme que isso traga mais problemas e ainda mais perseguição. Algumas igrejas estão sendo ocupadas à força pelos militares, as pessoas têm medo e se sentem indefesas."
"Como os cristãos estão pedindo ao Senhor para intervir, muitos ainda temem que haja mais desafios pela frente. Já há escassez de alimentos básicos, e o preço das mercadorias está subindo. Também vemos a piora da situação para aqueles que estão fugindo de casa por falta de segurança", continua o irmão Lwin.
"Essa situação está colocando a igreja de joelhos pedindo ao Senhor para intervir. Muitos cristãos pedem Bíblias e clamam pela ajuda a Deus. Esse golpe militar aproximou muitas pessoas de Deus e louvamos a Cristo por isso. No entanto, alguns estão sentindo que essa ameaça está acontecendo por muito tempo e clamam a Deus, dizendo: Quanto tempo, ó Senhor?", finaliza o cristão. [Essa notícia continua].
*Nomes alterados por segurança.
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