Carta do Azerbaidjão

Portas Abertas • 3 mar 2005


Um protestante do Azerbaidjão escreveu um comentário pessoal sobra a situação da liberdade religiosa em seu país. O escritor permanece anônimo para evitar perseguição.

Nos quase quinze anos nos quais meu país, Azerbaidjão, readquiriu a sua independência, nós, cristãos, enfrentamos todos os tipos de obstáculos e problemas para agirmos livremente. Enquanto as comunidades religiosas no Azerbaidjão teoricamente têm o direito de funcionar livremente (com algumas exceções), na prática elas não têm liberdade. As restrições e os obstáculos são muitos.

Quando as igrejas e outras comunidades minoritárias tentam se registrar junto ao governo e ganhar status legal, a situação é bem difícil - às vezes até impossível. Os oficiais de administração locais por todo o país - que também têm que aprovar pedidos de registro - com freqüência os obstruem deliberada e arbitrariamente.

Quando as comunidades religiosas procuram se encontrar para o culto - com ou sem registro, já que é seu direito sob a constituição e a lei internacional - a polícia ou a policia secreta pode invadir o culto. Ainda pior, os crentes às vezes são detidos, intimidados e multados simplesmente por praticarem a sua fé da maneira que podem. Literatura religiosa permanece censurada, uma prática da era soviética que expirou com a abolição da mesma.

Cada vez que uma delegação religiosa vai ao exterior ou quando estrangeiros interessados em religião querem encontrar os crentes locais, o governo traz um representante das comunidades sancionadas pelo estado: Comissão de Muçulmanos Caucasianos, a Igreja Ortodoxa Russa e a comunidade de Judeus da Montanha. Ninguém se pergunta onde os cristãos protestantes estão? Somos agora uma comunidade de tamanho considerável e temos estado aqui por mais de um século. E quantos aos muçulmanos independentes e representantes de outros credos? É certo e próprio para nós, protestantes, sermos incluídos, mas ninguém ouve a nossa voz.

Seria bom se os visitantes perguntassem aos líderes de nosso país porque as comunidades religiosas não podem se registrar livremente, se encontrar para cultuarem, publicar ou importar literatura religiosa. Eles devem perguntar porque não podemos imprimir e importar quantas Bíblias quisermos - a Bíblia não é literatura proibida. Quanta pornografia é permitida aqui, e nós ainda não podemos providenciar literatura cristã.

Nós protestantes somos cidadãos azerbaidjões, mas ninguém nos ouve. Uma lei não-escrita diz que os muçulmanos representam 95 por cento, e os outros credos da população, incluindo os protestantes, devem ser ignorados. A mídia, a polícia e a polícia secreta têm os cristãos como um inimigo do povo, lutando pela Rússia, Armênia e alguns outros "inimigos". O medo abunda. Apesar de estarmos lutando por nossos direitos, não podemos fazer isso sozinhos.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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