Portas Abertas • 30 set 2007
O Ramadã é um mês do calendário islâmico, o mais importante do ano, designado especialmente para práticas e reflexões religiosas mais intensas. Esse costume foi estabelecido pelo profeta Maomé aos seus seguidores, obrigando-os a jejuar por 30 dias.
Durante o Ramadã, os muçulmanos suplicam a misericórdia, o perdão de Alá e a proteção do fogo eterno. Para eles, este também é um mês para se renovar o compromisso e reconfirmar o relacionamento com o Criador, Alá.
A questão é: “Por que há mais violência no mês de Ramadã?”. Se os muçulmanos buscam perdão e misericórdia, por que então vemos um aumento da violência durante esse mês sagrado?
Em meu país, alguns não-muçulmanos já morreram durante ou antes do Ramadã. Em alguns casos, há explosões de bombas antes do começo do mês.
Perdi meu noivo no Ramadã
No primeiro dia do Ramadã de 1996, perdi meu noivo. Ele foi assassinado dentro da igreja durante um culto de domingo. Um obreiro também foi morto durante este período.
Um bispo católico romano, da minha cidade natal, também foi assassinado nesse mês. Mas, por que isso acontece? Todos os muçulmanos, em geral, são extremistas, pessoas ruins e brutais?
Há muçulmanos que desejam a paz
Nos meus dez anos de ministério entre os muçulmanos, aprendi que não são todos os muçulmanos que buscam guerra e violência. Há aqueles que desejam paz e uma boa convivência com os não-muçulmanos. E eu creio que esses muçulmanos têm o temor de Deus em seus corações e desejam viver na misericórdia de Deus.
Aqueles, entretanto, que procuram ferir os não-muçulmanos, agem assim como uma forma de limpeza espiritual – uma purificação sagrada das impurezas do mundo. Eles acreditam que matar um não-muçulmano é uma ação que irá assegurar sua entrada no paraíso.
Esse credo apenas se intensifica durante o Ramadã. Alguns até se dispõem a dar suas vidas, tornando-se homens-bomba. Eles desejam que o islã avance por todo o mundo, sacrificando-se a si mesmos para isso.
A sua forte devoção e disposição em abrir mão de suas vidas pelo que acreditam é um grande desafio para nós, seguidores de Cristo. Sejamos radicais também, mas em oração, para que mais muçulmanos se acheguem ao evangelho. Sejamos radicais em nossa resposta, olhando para eles com amor e bondade.
Relato de uma obreira da Portas Abertas junto aos muçulmanos que por motivos de segurança não pode ser identificada
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