Portas Abertas • 14 dez 2017
O líder cristão iraquiano Saad Hanna lançou um livro sobre os 27 dias em que ficou sob poder de muçulmanos sunitas armados em 2006. Naquele ano, havia uma onda de rancor no Iraque devido ao desmoronamento do governo do presidente Saddam Hussein liderado pelos Estados Unidos. Certo dia, Hanna dirigia para casa após uma reunião na igreja, em Bagdá, quando foi abordado por quatro homens armados. Eles o sequestraram e o agrediram, acusando-o de colaborar com os americanos.
No livro intitulado “Sequestrado no Iraque: um sacerdote em Bagdá” (tradução livre), Saad Hanna conta como ficou à mercê de extremistas violentos, que o torturaram, mas também como ficou decepcionado com a comunidade internacional, que poderia tê-lo resgatado. Ele chegou a falar por celular com um membro das forças de coalizão, cuja resposta foi: “Nós não temos ordens para libertar pessoas sequestradas”.
No prefácio, o líder cristão britânico David Alton convida o leitor a conhecer a história do duplo golpe que Hanna enfrentou: a violência dos extremistas e a indiferença do Ocidente, que é a história de todos os cristãos iraquianos. Isso ilustra porque os cristãos iraquianos não consideram seu país um lugar seguro e procuram refúgio em outros países.
No cativeiro, o líder cristão não podia ver nada do lado de fora, então conduz o leitor à sua jornada interior – de esperanças dadas e então desfeitas, de apego à fé, passando por aceitação da morte, à quase obsessão com o tempo. Em seu relato, Hanna também humaniza seus agressores, dizendo “eles também estavam preocupados, pensando em como seria o futuro”.
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