Mais de 200 cristãos deportados da Turquia

Junto de suas famílias, eles foram forçados a deixar a Turquia entre 2019 e 2022

Portas Abertas • 5 jun 2022


Falsas notícias online sobre a comunidade cristã incentivaram deportações e demissões

Falsas notícias online sobre a comunidade cristã incentivaram deportações e demissões

Em três anos, 78 trabalhadores cristãos e suas famílias exilados na Turquia receberam ordens de deportação. A situação expôs um grande problema humanitário para eles, suas esposas e seus filhos. “Quando alguém da família é proibido de ficar no país, inesperadamente a família é separada e vive uma situação caótica”, disse a Association of Protestant Churches (Associação de Igrejas Protestantes) no relatório sobre violações dos direitos humanos em 2021. Muitos foram expulsos sob a acusação de serem uma “ameaça à segurança nacional”. 


Empecilhos
 

Muitas igrejas na Turquia são lideradas por cristãos locais, mas procuram apoio estrangeiro para treinamento da equipe e para aplicar a educação religiosa no país, mas as leis atuais impedem isso. Cristãos protestantes na Turquia também sofrem para legalizar seus documentos. 


Além disso, é difícil encontrar lugares para realizar os cultos. “Há muitas limitações para estabelecer novas igrejas ou para usar os antigos templos já construídos”, diz o relatório. De 186 igrejas que pertencem à Association of Protestant Churches, dez cultos acontecem em templos próprios, enquanto as outras 176 são obrigadas a pagar aluguel de diferentes propriedades. 
 


O Comitê de Direitos Humanos da ONU mostrou preocupação por causa das deportações e a falta de lugares de adoração sob o governo turco desde agosto de 2021. Quatro dos 200 cristãos que foram expulsos da Turquia estão sendo defendidos pela Corte Europeia de Direitos Humanos. 
 


Desconfiança
 

Falsas notícias e incitamento à violência na internet são um problema para cristãos na Turquia. Em 2021, aumentou o “discurso anticristão que buscava provocar oposição aos cristãos na opinião pública”, segundo o relatório da Association of Protestant Churches. 


O governo usa plataformas digitais para “dar uma falsa impressão de que há um movimento cristão fundamentalista crescendo na Turquia, mas a realidade é o oposto disso”, disse Gokhan Ozbek, jornalista e produtor do canal no Youtube
23 Degree Independent. 


A pressão aos cristãos no país aumentou nos últimos anos. “Na Turquia, o islã é totalmente vinculado ao nacionalismo extremista. A desconfiança de cristãos na sociedade é alta. Recentemente, a Agência de Inteligência da Turquia começou a coletar informações das comunidades cristãs protestantes no país, mostrando sua insegurança com os cristãos.”
 


Perseguição
 

Como membro da Organização pela Segurança e Cooperação da Europa, a Turquia se comprometeu com uma série de políticas relacionadas à liberdade de religião. O Tratado de Lausanne (1923) também garante a proteção das minorias não muçulmanas no país. Apesar disso e de outros acordos de direitos humanos assinados pelo país, “a Turquia continua tendo problemas sérios relacionados à liberdade de religião”, disse o relatório recente do Comitê Norwegian Helsink pela Liberdade Religiosa. 


O fato de a Turquia ter descido posições na
Lista Mundial da Perseguição 2022 — do 25º lugar foi para 42º — deve-se à diminuição de ataques violentos a igrejas e cristãos durante o isolamento por causa da COVID-19. No entanto, a Portas Abertas tem recebido muitas denúncias de deportações de cristãos na Turquia nos últimos meses. 


Pedidos de oração
 

  • Peça que o Senhor sustente e fortaleça as famílias separadas pelas deportações. Que em breve elas possam se reencontrar. 
  • Ore pelos cristãos na Turquia. Que Deus os proteja e encoraje entre tantas pressões e incertezas. 
  • Interceda para que as autoridades no país olhem e se mobilizem pelos cristãos e que as falsas notícias não enganem tantas pessoas sobre os cristãos, mas que a verdade resplandeça. 

 

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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