Mais de meio milhão de deslocados em Mianmar

Igrejas foram destruídas e jovens cristãos se escondem na floresta para não serem alistados no Exército

Portas Abertas • 1 jun 2022


Os ataques são recorrentes nos estados em que os cristãos são a maioria

Os ataques são recorrentes nos estados em que os cristãos são a maioria

Desde o golpe militar, em fevereiro de 2021, 566 mil pessoas foram deslocadas de casa, segundo dados recentes do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. Recentemente, somente entre os dias 29 de abril e 1º de maio, 12 mil pessoas da etnia karen foram obrigadas por forças aéreas armadas a deixarem suas casas, informou o portal de informações UCAN. O estado de Kayin, ondes os karens vivem em Mianmar, vive uma rebelião armada pela independência nos últimos 60 anos.  


A luta se intensificou em fevereiro deste ano com a adesão do grupo armado “
Karen National Liberation Army” ao movimento contra o governo. Outros grupos étnicos, além dos karens, se juntaram na resistência aos militares. 


“A situação é terrível e a vida está ficando tenebrosa para as pessoas em Mianmar. As pessoas estão com medo. Os cristãos são alvos de radicais em todos o país, principalmente nos lugares onde são a maioria. Eles estão traumatizados pelo que está acontecendo e lutando para terem o básico para sobreviver”, relata uma parceira local da Portas Abertas. 
 


Crimes contra a humanidade
 


A resistência aos militares também tem sido sangrenta na região de Sagaing, antiga capital de Mianmar. “Os militares têm atacado igrejas, instituições religiosas e casas de civis nas áreas em que a maioria da população é cristã, causando a fuga de milhares deles”, informou o UCAN.
 


Em julho do ano passado, os corpos de 40 homens foram encontrados em Sagaing. Eles foram mortos em séries de incursões para perseguição aos cristãos. Alguns deles foram enforcados, segundo a BBC. A comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, disse em um relatório recente que o exército pode ter cometido crimes contra a humanidade e crimes de guerra, incluindo assassinatos, prisões em massa e tortura.
 


Uma investigação de 2019, feita pela
 Internacional Fact-Finding Mission da ONU, descobriu ataques sistemáticos contra cristãos. Apesar disso, o conflito atual é mais amplo e afeta principalmente as comunidades cristãs nos estados de Chin, Kachin, Karen e Kavah, em Mianmar, assim como toda a região de Sagaing”, disse um analista da perseguição da Portas Abertas.  


“Nós temos tantos jovens cristãos escondidos na floresta para evitar que a junta militar, que governa o país desde o golpe de 2021, os recrute. Milhares de cristãos não têm a menor ideia de como defender a si mesmos e a suas famílias”, testemunha a parceira local da Portas Abertas.
 


Parceiros da Portas Abertas têm conseguido providenciar ajuda para os cristãos deslocados, incluindo a construção de abrigos, cobertores, roupas e água potável. Em junho, junto a 25 organizações que defendem a liberdade religiosa, a Portas Abertas publicou uma declaração expressando a preocupação com a opressão contra as minorias no país. 
 


Um grande aumento na violência reportado em 2021 resultou na subida do país ao 12º lugar da
Lista Mundial da Perseguição 2022, ranking dos 50 países onde é mais difícil ser cristão. 


Ajuda para quem mais precisa 

Em ambientes de perseguição, como em Mianmar, as necessidades básicas de cristãos não são atendidas. Participe da vida desses irmãos com uma doação que ajudará a lembrar o cuidado de Deus para com eles e a fortalecer a fé em Jesus nesse momento desafiador.  

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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