Portas Abertas • 15 jan 2018
a Igreja Perseguida da China pode ter seus templos destruídos, mas jamais sua fé (Foto ilustrativa)
Uma igreja foi demolida na cidade de Linfen, na província de Shanxi, no norte da China, na semana passada. Em dezembro, uma igreja católica foi demolida em uma província vizinha. A polícia cercou a área ao redor da igreja Golden Lampstand e depois explosivos foram detonados dentro, de acordo com testemunhas e a pastora principal. Após a explosão inicial, as equipes quebraram o restante com escavadeiras e britadeiras.
A congregação evangélica Golden Lampstand reúne cerca de 50 mil fiéis e tem um histórico de enfrentamentos com o governo. Em 2009, centenas de policiais invadiram o templo, apreenderam Bíblias e prenderam alguns de seus líderes, que foram condenados a longas penas.
A pastora principal da igreja, Yang Rongli, ficou sete anos presa sob acusação de “reunir uma multidão para atrapalhar a ordem do trânsito” e está sob vigilância policial desde que foi liberta, em outubro de 2016, de acordo com China Aid, uma ONG cristã com base nos Estados Unidos. O pastor de uma igreja próxima (que pediu para não ser identificado por temer represálias do governo) afirmou: “Eu temo que outras igrejas, inclusive a minha, sejam demolidas. Essa igreja foi construída em 2008, não tem motivos para ser destruída agora”.
A China garante liberdade de religião no papel, mas na prática as autoridades regulam muitos aspectos da vida religiosa. As igrejas têm de ser oficialmente aprovadas e os pastores precisam cumprir uma infinidade de regras impostas pelo governo. Essas políticas restritivas deram vazão ao surgimento das “igrejas domésticas”, que são lugares independentes de adoração, que existem fora dos canais oficiais. As autoridades periodicamente prendem pastores ou demolem prédios usados por congregações não aprovadas pelo governo.
Desde 2013, as autoridades adotaram uma linha mais dura no que diz respeito a cruzes no alto de prédios e grandes catedrais. Na província de Zhejiang, oficiais lançaram um programa de repressão radical às igrejas, que se acelerou a partir de 2015, e mais de 1.200 cruzes foram removidas.
Ano passado houve uma revisão das leis que regulam atividades religiosas no país, aumentando o controle sobre locais de adoração. As restrições vão de limitação de construção de estátuas fora das igrejas a multas no valor de 300 mil iuanes (cerca de 150 mil reais) por desenvolver “atividades religiosas não-autorizadas”. Não deixe de interceder pelos nossos irmãos chineses.
Fontes: The Guardian e O Globo
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