Portas Abertas • 19 jan 2018
Crianças são a parte mais frágil da Igreja Perseguida (Foto ilustrativa)
Uma menina de 13 anos foi abusada sexualmente enquanto trabalhava no campo, no último domingo (14), em uma área rural próxima à cidade de Gujranwala, ao norte de Lahore, no Paquistão. O pai da menina faz trabalho forçado (tipo de emprego em que alguém trabalha para pagar uma dívida) para o mesmo homem no vilarejo há 30 anos. Como ele, que tem sete filhos, está velho e sofre de asma, a filha de 13 anos o ajuda a cuidar do gado sob sua responsabilidade.
No domingo, a família tinha um casamento, então a menina foi sem o pai para o campo, somente com a prima mais nova. “Quando voltei para casa e vi que ela não havia chegado, fui atrás dela no campo. Lá perto, encontrei a prima amarrada com sua dopatta (pedaço de tecido usado pelas mulheres para cobrir a cabeça). Ela disse que um homem chamado Zaman Khan bateu nela com uma foice, a deixou amarrada e levou minha filha para o campo. Quando cheguei no campo, encontrei minha filha gritando por socorro”, relata o pai (cujo nome está sendo ocultado para proteger a identidade da menina).
Quando Zaman, de 28 anos, percebeu que alguém se aproximava, fugiu. A menina foi levada para o hospital. Ele é de um vilarejo próximo e tinha sido empregado pelo mesmo homem alguns dias antes. “Quando o proprietário ficou sabendo do incidente, ficou muito bravo e anunciou nas mesquitas próximas. Só por causa do esforço dele, Zaman foi detido. Toda a aldeia está do nosso lado, apesar de sermos apenas quatro famílias cristãs”, conta o pai.
O caso foi registrado na delegacia e, na última terça-feira (16), a menina foi levada para fazer exames em Lahore. O oficial responsável pela investigação do caso, Adnan Shahzad, disse que “Zaman está sob custódia policial para interrogatório e depois disso será enviado à prisão”. A parlamentar cristã Mary Gill visitou a família da menina e perguntou se o abuso de uma menina cristã teria a mesma repercussão que o abuso sexual que levou a menina muçulmana de sete anos (Zainab) à morte – caso que ganhou as manchetes internacionais.
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