Pastor brutalmente atacado em vilarejo indiano

Portas Abertas • 6 jul 2004


Um pastor indiano brutalmente açoitado em um ataque noturno na região oeste de Tripura ainda está se recuperando de sérios ferimentos realizados por apunhaladas.


Letthang Gangte, um missionário enviado pela Igreja Congregacional Evangélica da Índia, recebeu cortes na cabeça e nas costas e um profundo ferimento como resultado de apunhaladas no seu estômago. Sua esposa e dois filhos jovens também foram severamente feridos.

Contudo, a polícia insiste que nenhuma atitude será tomada, se a família não puder identificar e dar nomes aos autores do crime.

Em 19 de abril, Gangte e sua esposa foram acordados em torno das três horas da madrugada por um grupo de homens armados com punhais e lanças que invadiram sua pequena choupana de barro no vilarejo de Rajghat, situado na região oeste de Tripura.

Sua esposa gritou e Gangte tentou defender-se. Neste ínterim, uma forte tempestade abafou os sons da luta. Quando Gangte tentou escapar e avisar seus vizinhos, todos os quatro membros de sua família foram seriamente feridos.

Diante da densa escuridão da tempestade era impossível ver os rostos dos agressores. O pastor e sua esposa afirmam que havia pelo menos oito e, possivelmente, dez homens no grupo.

Os vizinhos imediatamente chamaram a polícia, mas quando eles chegaram, os agressores haviam partido, levando com eles alguns pertences da família.

O pastor e sua família foram levados para o hospital Agartala para tratamento. Gangte ficou coberto de sangue após ter sofrido muitos ferimentos sérios na cabeça, dois cortes profundos no seu ombro e um ferimento profundo decorrente de apunhaladas no seu abdômen, além de ter sofrido fratura óssea.

Testemunhas afirmam que foi um milagre Gangte ter sobrevivido.

Sua esposa sofreu ferimentos na sua cabeça e em um dos seus braços. Sua filha Bebem, de sete anos de idade, e o seu filho Bawilun, de 10 anos, foram açoitados nas suas coxas e panturrilha.
A família é oriunda de um vilarejo em Manipur, localizado no nordeste da Índia. A Igreja Evangélica Sínodo, membro constituinte da Igreja Congregacional Evangélica da Índia, os enviou ao vilarejo de Rajghat como missionários em 1995.

Mesmo antes de Gangte e sua família chegarem, sinais de problemas já existiam. Um outro missionário local foi atacado na noite de cinco de dezembro de 2002. Ele foi seis vezes açoitado com um punhal na sua cabeça e em outras partes do seu corpo. O incidente lhe perturbou tanto que ele teve que ser removido do vilarejo.

Cristãos locais acreditam que os dois ataques foram conduzidos pelos mesmos agressores.

Gangte quer retornar ao vilarejo, apesar da intimidação. "Eu não partirei, mesmo que isto custe a minha vida e da minha família", ele afirmou à Compass.

Contudo, sua família ainda está traumatizada após o ataque. Eles estão vivendo em segurança em um local fora do vilarejo, mas os dois filhos continuam a ter pesadelos e têm medo de dormir no escuro.

Em um esforço de proteger a família no seu retorno, a igreja que os enviou tem planos de construir uma casa de tijolos que possa prover mais proteção do que a choupana de barro que a família ocupava. As paredes da choupana amoleceram com a tempestade, permitindo que os agressores pudessem arrombá-la com facilidade.  

Um cristão local contou à Compass que a Vishwa Hindu Parishad (VHP) e a Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), duas organizações conhecidas por suas crenças hinduístas extremistas, são bastante ativas na região. A RSS insiste que o povo tribal não deva se converter ao que eles chamam de "escravidão" cristã. Ambas as organizações têm feito campanhas de propaganda para convencer o povo tribal que se converteu ao cristianismo das religiões animistas que eles, de fato, foram hindus.

Se o povo tribal realmente se tornar hindu, eles serão automaticamente colocados em um nível inferior do sistema de casta da Índia, chamado de "Dalits" ("Intocáveis"). Somente os trabalhos mais desprezíveis são distribuídos aos Dalits; os empregos mais bem pagos estão reservados para pessoas de castas mais altas.

Por outro lado, a igreja cristã está comprometida em aumentar o seu padrão de educação e empregos para o povo tribal.

Teoricamente, uma pessoa da tribo não-hindu não está sujeita ao sistema de castas. Deste modo, quando o povo tribal rejeitar o animismo e entregar sua vida a Jesus, sua conversão ameaçará a sociedade hindu bastante estruturada.

Gangte e sua família estão se recuperando de sua penosa experiência. A igreja que enviou a família exigiu que a polícia conduzisse uma investigação em Rajghat. Entretanto, os oficiais se recusaram a fazê-lo, alegando que Gangte deve primeiramente identificar os homens que o atacaram.Gangte está relutante em identificá-los, temendo represálias contra ele e sua família.

Atualmente a igreja está buscando conselho legal.

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