Governo diz que número de vítimas da violência religiosa é de 53 mil p

Portas Abertas • 6 nov 2004


Representantes da Associação Cristã da Nigéria (ACN) do estado de Plateau, Nigéria, pediram que o governo trouxesse um fim à lei de emergência imposta ao estado há seis meses atrás, e que restaurasse todas as estruturas democráticas. Eles dizem que a mudança irá reassegurar aos cristãos do comitê do governo nigeriano a transparência em questões que tratam de direitos religiosos.

"O período de emergência deu à Igreja e a todo o estado uma oportunidade de fazer um exame de alma", líderes da ACN escreveram em uma carta ao presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo: "Com o retorno da paz, qualquer extensão da lei de emergência irá levar a desnecessário desassossego e questionamento de seus motivos. Nós o encorajamos a não permitir uma situação na qual você seja visto como sendo seletivo ao tratar os cristãos no estado de Plateau, com respeito a esse assunto".

A carta foi assinada pelo reverendo Yakubu Pam, presidente da filial da ACN no estado de Plateau; pelo reverendo Ignatius Kaigama, arcebispo católico de Jos; pelo reverendo Dr. Alexander Lar, presidente da Igreja de Cristo na Nigéria; pelo reverendo Benjamin Kwashi, bispo anglicano de Jos; e por mais dez outros.

Os líderes da ACN disseram que eles foram obrigados a pedir a Olusegun para terminar o período de emergência por causa da agitação da liderança muçulmana no país, que visava estender o estado de emergência sem razões aparentes. Os líderes cristãos fizeram seu apelo assim que um relatório governamental do Comitê de Reabilitação e Reconciliação de Pessoas Deslocadas Internamente revelou que mais de 53 mil pessoas foram mortas por causa da violência religiosa, que tem devastado o estado nos três últimos anos.

Os líderes cristãos também disseram ao presidente Olusegun que eles apoiavam totalmente o estabelecimento de uma Comissão de Verdade e Reconciliação, e sugeriram que a comissão proposta seja constituída depois da total restauração das estruturas democráticas do estado.

"Desta maneira, a comissão poderá focar corretamente a reconciliação genuína das partes ofendidas de linhas étnicas, religiosas e políticas", eles disseram. "Se a comissão puder trabalhar para restaurar a paz permanente e curar os corações em Plateau, as outras áreas da nação, onde a crise tem ocorrido, poderão aprender com a iniciativa de Plateau".

O relatório revelou que 53.787 pessoas foram mortas durante a crise de três anos, que levantou muçulmanos contra cristãos no estado. Thomas Kagnaan, presidente do comitê, disse aos jornalistas em Jos que, do número total de vítimas, 18.931 eram homens, 17.397 mulheres e 17.459 eram crianças.

Thomas também reportou que 218.164 famílias foram deslocadas e 25.129 casas foram destruídas. Ele fixou o custo estimado das propriedades destruídas em 130 milhões de nairas (1.000.000 dólares).

O período do estado de emergência no estado de Plateau começou em maio de 2004 e estendeu-se até novembro.
 Enquanto isso, o governo do estado de Plateau publicou detalhes de sua planejada Comissão de Verdade e Reconciliação. O advogado estadual, General Yusufu Pam, anunciou a indicação do aposentado juiz da Suprema Corte, Anthony Aniagolu, para encabeçar a comissão, a qual espera-se que esteja funcionando assim que a Assembléia Nacional passar para a lei os instrumentos legais necessários para apoiar esse trabalho.

Defendido pelo secretário do governo do estado de Plateau, John G. Grobak, e pelo secretário permanente de segurança, Timothy B. Parlong, Yusufu explicou aos jornalistas reunidos que a Comissão de Verdade e Reconciliação pretende sobreviver às regras de emergência para tornar-se uma característica do estado, "independentemente de qual administração esteja no governo".

"A maior razão pela procura do estabelecimento da comissão, feita por um projeto de lei à Assembléia Nacional, é para garantir sua própria constituição e apoio legal para o mecanismo de anistia e administração," disse Yusufu.

"Pessoas que desejam fazer uma total revelação e aplicar anistia terão proteção legal para confessar a verdade". Entretanto, Yusufu disse que aquele que não deseja beneficiar-se dessa oportunidade legal "estará sujeito ao processo usual de investigação policial e processo perante os tribunais".

O mandato da Comissão de Verdade, disse ele, permite que pessoas acusadas de cometerem crimes durante a crise, apresentem-se diante da comissão para fazer uma total revelação de suas funções, para expressar remorsos às vítimas e povos do estado de Plateau e para pedir anistia. O processo visa trazer reconciliação entre vítimas e criminosos, e trazer paz às comunidades locais.

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