Com a paz, 750 mil crianças aguardam “ensino”

Portas Abertas • 16 jan 2005


"Após a paz, ensino!". É o apelo lançado pela Associação de Voluntários para o Desenvolvimento Internacional (AVSI) para o Sul do Sudão, aonde recentemente foi alcançado um acordo de paz. "Após 10 anos de guerra e 2 milhões de mortos, agora o país, que é o maior da África, está enfrentando o difícil e lento processo de paz, com seus 4 milhões de refugiados" - afirma um comunicado da AVSI.

Atualmente, no Sul do Sudão, as crianças em idade escolar são 1 milhão, 75% das quais sem acesso ao ensino. Por causa da falta de estruturas, normalmente as crianças são obrigadas a ter aulas ao ar livre, embaixo de árvores, sem algum material escolar. Os professores são poucos, e os qualificados, ainda menos. Na ausência de escolas, as crianças sofrem de instabilidade psicológica, e muitas, abandonadas a si mesmas, entraram para o exército, como crianças-soldado.

Visto que o maior desafio hoje no Sul do Sudão é a educação, a AVSI optou por financiar uma rede de escolas primárias e secundárias na Contéia de Torit, e realizar programas de assistência à população. O projeto educativo da AVSI prevê inicialmente o financiamento à escola primária St. Kizito, que conta 1.500 alunos. A escola precisa de tudo, desde a formação de professores à construção de novas classes, e o material didático, como livros e cadernos, inexistentes.

"Além da emergência educacional, na Contéia de Torit estamos assistindo também 50 mil pessoas, carentes de tudo - afirma, de Campala, Filippo Ciantia, médico que está na África desde 1980 e representante da ONG AVSI na Região dos Grandes Lagos. Alguns deles não viam uma pessoa branca há dez anos, nunca tiveram contato com médicos. Nenhuma aldeia possui água nas vizinhanças".

A guerra e a inacessibilidade a estas áreas remotas de bosque e savana, no confim com Uganda, impediram qualquer possibilidade de contato com a população do Sul do Sudão. Nestas aldeias, água, saúde, escolas e segurança alimentar são os principais problemas. Sem contar os eventuais refugiados, que estão chegando depois dos acordos de paz.
 

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