Extremistas hindus na Índia atacam cristãos

Portas Abertas • 29 mar 2005


Extremistas hindus atacaram violentamente vários cristãos em Rajasthan, Índia, durante as duas últimas semanas. Testemunhas locais dizem que os ataques são uma estratégia para pressionar o decreto de leis anticonversão no estado.

O governo de Rajasthan anunciou no dia 23 de fevereiro que ativaria uma nova lei para prevenir a conversão de "pessoas pobres e iletradas".

Em um incidente recente, voluntários do grupo extremista hindu Bajrang Dal atacaram oito membros do Grupo de Oração Amigos Missionários durante uma reunião de oração no dia 13 de março. Vários missionários feridos foram levados ao hospital. O pastor Johnson e sua esposa, em cuja casa foi feita a reunião, foram trancados em uma sala enquanto os atacantes circulavam na casa com armas.

Antes disso, extremistas hindus espancaram brutalmente um pastor e sua esposa grávida e exigiram o fechamento de numerosas instituições cristãs em todo o estado.

"Elementos anticristãos continuam a nos atacar", o bispo M.A. Thomas, diretor da Missão Emanuel, confirmou a Compass alguns dias atrás.

"Por exemplo, o pastor Arthur Joel, o administrador de nosso orfanato no distrito de Baran, foi falsamente acusado de causar ferimentos sérios e reprimir um garoto no orfanato. Ele foi preso dia 1 de março e mantido em custódia por quatro dias".

Thomas explicou que algumas das crianças mais velhas do orfanato freqüentam uma escola dirigida por fundamentalistas hindus do partido Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS), já que não há outra escola na área para a faixa etária deles. Os funcionários da escola do RSS encorajaram um dos meninos, Ram Dev Belwa, a se rebelar contra as autoridades do orfanato.

Quando o pastor Joel tomou uma ação de disciplina, o RSS fez uma queixa na delegacia.
"O pastor Joel foi acusado sob a seção 327, uma seção de requerimentos estritos, não-afiançável, que pune com 10 anos de prisão os causadores de ferimentos que possam levar à morte", Thomas explicou. "Ele também foi acusado sob as seções 324 e 341 do Código Penal Indiano".

"Ele teve a fiança recusada inicialmente na corte devido à seção 327. Entretanto foi finalmente libertado sob fiança no dia 5 de março, depois do Magistrado Sub-Divisional dizer que não havia base para a seção 327 neste caso".

Um jornal local, o Bahara Jalvad Bhaskar, publicou um artigo no dia 27 de fevereiro intitulado "Não permitiremos que crianças sejam convertidas". O artigo exigia que o orfanato fosse fechado ou teria o mesmo destino da escola da Missão Emanuel em Kota, onde os alunos foram cruelmente atacados em 19 de fevereiro. (Veja Compass Direct, "Hindus indianos atacam alunos cristãos em Rajasthan", 22 de fevereiro de 2005).
Extremistas hindus também atacaram dois trabalhadores da Missão Emanuel, o pastor Vaalu e sua esposa grávida de oito meses, enquanto viajavam de ônibus pelo distrito de Kota, no dia 23 de fevereiro.

"Eles espancaram o pastor Vaalu até ele começar a sangrar pelo nariz e pela boca", Thomas disse. "Sua esposa foi atirada de seu assento no ônibus e puxada à força para fora do ônibus. Ela suplicou aos atacantes que a poupassem pelo bem da criança que estava em sua barriga, mas eles disseram; Essa criança vai ser um cristão, por que então devemos poupar você?".

"Depois do ataque, Vaalu foi levado à delegacia de polícia, onde ficou confinado durante o dia inteiro. Os atacantes deram uma queixa contra ele, dizendo que ele era um elemento anti-social e um terrorista que estava interrompendo a paz", Thomas acrescentou.

De acordo com Thomas, os extremistas atingiram várias escolas da Missão Emanuel, orfanatos, igrejas e institutos Bíblicos em Rajasthan durante as últimas duas semanas. "Elementos anticristãos lideram passeatas contra cristãos, exigindo que fechem seus trabalhos e ameaçando seus trabalhadores", ele disse.

Em 1994, extremistas hindus acusaram Thomas de urinar na Hanuman Chalisa, uma escritura hindu, na frente dos alunos do instituto bíblico em Kota.

A campanha de difamação continuou. Em 2001, extremistas acusaram Thomas de pegar meninas nas ruas e criá-las, para então vendê-las como prostitutas. Várias entidades humanas procuraram forçosamente pelas crianças. Thomas negou as duas acusações.

Fontes disseram a Compass que o ministro da Previdência Social de Rajasthan, Madan Dilwar, tem um forte desgosto por Thomas e pelas atividades da Missão Emanuel. Em 2001, Madan se opôs veementemente à entrega de um prestigioso prêmio nacional, o Padma Shri, a Thomas por seu trabalho no orfanato e leprosário.

Enquanto isso, o ministro do Interior, Gulab Chand Kataria, declarou no dia 23 de fevereiro que o governo do estado de Rajasthan irá decretar logo uma lei anticonversão. "Nós não permitiremos que ninguém converta pessoas pobres e iletradas", Gulab disse aos repórteres do The Hindu.

Leis anticonversão, que procuram banir a conversão à força ou por meios fraudulentos, existem atualmente nos estados de Arunachal Pradesh, Orissa, Madhya Pradesh e Gujarat.

O estado sulista de Tamil Nadu revogou sua lei de anticonversão em maio de 2004, depois que o Partido pró-hindu Bharatiya Janata foi vencido nas eleições gerais de abril de 2004.

Os cristãos em toda a Índia têm feito pressão pela revogação de outras leis anticonversão, dizendo que elas restringem direitos básicos e facilitam falsas acusações contra cristãos.

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