Pastor continua desaparecido na Indonésia

Portas Abertas • 12 abr 2005


A família do pastor Jokran Ratu, seqüestrado há quatro meses em uma ilha remota do arquipélago da Indonésia, ainda não sabe se ele encontra-se vivo. Nenhum pedido de resgate foi recebido e a polícia ainda não tem idéia do paradeiro dos seqüestradores.

Ratu foi o pastor da Gereja Pantekosta da Indonésia (GPDI), igreja localizada na vila de Labuan na ilha da Buru, em Malukus.

Na manhã do dia três de dezembro de 2004, oito homens bateram à sua porta. Quando o pastor abriu, homens com máscaras invadiram apontando uma arma para Ratu e sua esposa pedindo por dinheiro.

Segundo o reverendo Henry Lolean, chefe da Igreja GPDI em Ambon, Ratu tinha acabado de receber uma doação de aproximadamente USD 1.086,00 para a construção do novo prédio da igreja.

Ratu disse aos seqüestradores que ele tinha depositado em duas contas diferentes, no Banco Mandiri e no Negara. Os invasores pediram pelos comprovantes dos depósitos, que mais tarde foram encontrados no chão em algum lugar da Vila Labuang.

Os seqüestradores então pegaram Ratu, assegurando à sua esposa de que ele seria devolvido.

Os habitantes da vila saíram em busca do pastor mas só encontraram a camiseta vermelha que ele estava vestindo, com dois furos de balas de revólver, pelo que parecia, abandonada na praia.

A polícia prendeu um suspeito de imediato depois do seqüestro. Entretanto, o suspeito foi liberado logo em seguida do interrogatório com a polícia não tomando nenhuma atitude depois disso.

O caso começou então a se esfriar, embora a Lolaen dissesse que as investigações ainda estão sendo feitas. "Sempre perguntamos à polícia se algum progresso foi feito a respeito da busca do pastor".

Outras fontes em Ambon disseram que a polícia não tem ido à frente com esse caso. A província passou a entregar o caso aos oficias da polícia da ilha de Buru, um sinal claro de que encontrar os seqüestradores não mais é uma prioridade.

A única esperança para uma resolução é a promessa do Coronel Hadi Widodo, o novo comandante da polícia para a ilha, que pretende seguir a frente com o caso.

Lolaen também disse que vários incidentes mal explicados tinham ocorrido na região de Malukus desde o seqüestro.

"Parece que existe um esforço para manter o conflito em Malukus. Mas agora as pessoas perceberam aonde isso vai levar, sendo que eles não mais reagem da mesma forma".

No dia 31 de março, um relatório emitido pela ONU da Coordenação Humanitária para a Indonésia citou que atos violentos esporádicos continuam na região de Malukus, e que a tensão entre cristãos e muçulmanos em Ambon, capital da província, continua alta.

A violência entre cristãos e muçulmanos em Malukus surgiu pela primeira vez em janeiro de 1999, parcialmente como resultado de uma nova política de governo. Essa região era de maioria cristã, mas uma quantidade enorme de muçulmanos mudou-se, resultando em inúmeras disputas e mortes.

As atividades de um grupo separatista, a Republik Maluku Selatan (RMS), também provocou tensões entre cristãos e muçulmanos na ilha de Ambon. Muçulmanos alegam que a RMS era um grupo cristão, mas os líderes cristãos negaram várias vezes.

Os membros da RMS ainda celebram o Dia da Independência no dia 25 de abril. No ano passado, eles levantaram a bandeira da RMS nessa data, provocando conflitos. Pelo menos vinte pessoas morreram e parte de alguns prédios - incluindo casas, igrejas e mesquitas - foram queimados.

Felizmente, o incidente não alcançou residentes em outras partes da região de Malukus. Muitos estão cansados da violência e querem ver uma paz permanente de volta à ilha.

Oficiais da polícia enviaram uma equipe da elite a Ambon para prevenir maiores atos de violência no dia da comemoração da RMS.

Segundo Lolaen, as condições na ilha de Buru estão relativamente pacíficas. Entre 200 a 300 famílias muçulmanas e 75 famílias cristãs vivem em comunidades separadas na mesma ilha. A igreja de Ratu está entre as pequenas comunidades, cerca de vinte, que se encontram para adorarem a Deus.

Tanto cristãos como muçulmanos continuam perplexos pelo seqüestro da Ratu. Entretanto a medida que o tempo passa, uma resolução ao caso parece ser pouco provável.

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