Pastor e motorista são assassinados no Paquistão

Portas Abertas • 15 abr 2005


Assassinos desconhecidos raptaram e mataram brutalmente um pastor protestante e seu motorista, perto da província da fronteira noroeste do Paquistão, na semana passada, aparentemente em retaliação por suas atividades evangelísticas entre os muçulmanos.

Os corpos mutilados e cheios de bala do pastor pentecostal Babar Samsoun e seu companheiro evangelista e motorista, Daniel Emmanuel, foram encontrados em numa estrada próxima aos subúrbios de Peshawar no dia 7 de abril, dois dias depois de seus seqüestros.

Ambos haviam sido severamente espancados e torturados. Seus braços e pernas foram quebrados e narizes e orelhas retirados. Os corpos foram alvejados por dezenas de balas, e as mãos dos dois foram algemadas juntas, atrás de suas costas, com uma pesada corrente.

Apesar das horríveis condições dos corpos, os policiais responsáveis pelo caso tomaram a esposa e os filhos pequenos do pastor para identificarem o falecido. "Essa foi uma experiência traumática para eles" , uma fonte local disse a Compass. "Não é necessário dizer, a polícia estava ansiosa em enterrá-los sem qualquer autópsia".

Entretanto, 200 cristãos realizaram passeatas de protestos em Peshawar, forçando as autoridades locais a conduzir um exame forense oficial antes de dar continuidade ao funeral e enterro no domingo. Parentes e amigos dos homens assassinados bloquearam o tráfico perto do cemitério na avenida principal que liga o Paquistão com o Afeganistão na sexta-feira e de novo no sábado, exigindo que os assassinos fossem levados à justiça.

"Passeatas de protestos continuam pela detenção dos acusados", um líder de igreja local confirmou segunda-feira, notando que a comunidade cristã estava "atemorizada e desmoralizada, já que sentiam que nada estava sendo feito pelas autoridades para protegê-los de tais ataques bárbaros".
No dia 5 de abril, o dia do desaparecimento, o irmão de Babar preencheu um Primeiro Relato de Informação com a polícia. Logo depois, as famílias das vítimas receberam telefonemas exigindo dinheiro para o resgate. Mas os investigadores determinaram que os homens foram torturados e assassinados logo depois de sua captura, antes dos pedidos de resgate começarem.

Eles foram vistos pela última vez deixando os escritórios do Depósito de Bem-Estar Ilam Dost , uma organização não-governamental local que dirige um programa educacional. Quando seus corpos foram descobertos dois dias depois, a polícia fechou o escritório da organização e levou um de seus trabalhadores em custódia. Apesar de as autoridades da polícia afirmarem que eles não detiveram mais o homem, sua localização continua desconhecida.

"Babar não representa oficialmente essa ONG", uma fonte local disse a Compass. "A polícia está tentando desnecessariamente implicá-los". Jornais locais afirmaram que os dois homens eram empregados da organização, e um jornal chega até a afirmar que Babar a fundou.

Um dos colegas de Babar disse ao jornal Dawn em uma reportagem do dia 9 de abril que o pastor assassinado foi "acusado de tentar converter muçulmanos ao cristianismo". Fontes policiais, por enquanto, declararam que eles foram procurados por um ex-khatib (líder de oração da mesquita) que foi "noticiado como tendo se convertido ao cristianismo" por Babar.

Entretanto, em afirmações à imprensa, as autoridades policiais colocam a culpa dos assassinatos a uma alegada disputa familiar devido à fuga de um irmão mais novo do pastor com uma garota muçulmana. Quando o desaparecimento do homem foi noticiado pela primeira vez, a polícia deteve a garota e seu irmão como suspeitos do seqüestro.

Por mais de um mês, os dois homens receberam ameaças por telefone, exigindo que eles parassem suas atividades cristãs na área de Peshawar.

Babar, 37 anos, sustentava-se dirigindo um pequeno negócio, enquanto pastoreava a congregação da Igreja Pan-Evangélica Jesus em Yousafabad. Ele deixou sua esposa e três filhos. Daniel, também nos seus trinta anos, era solteiro.

O homicídio duplo seguiu o ataque do Domingo de Páscoa em uma igreja de uma vila perto de Lahore há duas semanas atrás, quando homens armados mataram um cristão e feriram outros sete enquanto eles saíam do culto matutino.

Fontes governamentais e policiais no Paquistão caracterizam rotineiramente tais atos de violência, cometidos contra a minoria cristã, como incidentes baseados em disputas pessoais, ao invés de atos de terrorismo e perseguição. Menos que 2% são cristãos, onde a maioria é muçulmana.
Entretanto, líderes cristãos dizem que esse foi um "ato visando o terrorismo" e procurava intimidar os cristãos, conforme a BBC notou em um comunicado sobre os assassinatos no dia 8 de abril.
Uma multidão de aproximadamente 1.500 enlutados participou do funeral de Babar e Daniel no domingo, em Peshawar, realizado pelo bispo de Peshawar da Igreja do Paquistão, rev. Mano Rumal Shah, e outros clérigos locais.

"Nós não sabemos os fatos e razões reais dos seqüestros e assassinatos", um dos pastores participantes do funeral comentou depois. "Hoje, muitos jornais dão notícias diferentes. Mas uma coisa eu sei muito bem: que perdemos dois homens de Deus em Peshawar".

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