Recém-saída da prisão, Le Thi Hong Lien foi detida novamente

Portas Abertas • 8 mai 2005


Depois de apenas dois dias em liberdade, a prisioneira vietnamita Le Thi Hong Lien foi detida por participar de um estudo bíblico com outros cristãos.

Na noite de domingo, 1o. de maio, um grupo de 13 cristãos se reuniu na casa do pastor Nguyen Hong Quang, que se encontra preso. A residência também serve de templo para a Igreja Menonita do Vietnã no Distrito 2, cidade de Ho Chi Minh.

A esposa do pastor Quang, Le Thi Phu Dung, tinha acabado de começar uma sessão de orações e em seguida daria um estudo sobre o salmo 103. Durante o culto, também pretendiam dar graças pela libertação de Lien no dia 28 de abril, após meses de intensa mobilização internacional.

Às 19h45, uma equipe com cerca de 30 policiais foram à casa do pastor Quang para investigar. Quando a mãe de Quang saiu para falar com eles, vários policiais - que já estariam reunidos do lado de fora da residência antes de o culto começar - empurraram-na para dentro da casa.

Ruidosamente, os policiais exigiram que parassem a atividade religiosa e mandaram que todos fossem para a delegacia, onde seriam interrogados, afirmando que era proibido realizar atividades religiosas na casa da família Quang.

O pai de Lien, Le Quang Du, alegou que a saúde de sua filha estava muito frágil e pediu que ela fosse interrogada no local. Mesmo assim, usando de violência, os policiais levaram-na para a delegacia.

Entre os presos estavam Nguyen Thanh Nhan, que passou nove meses na prisão no ano passado, e a mãe de Quang, Le Thi Phuoc Hien, que no dia da batida policial tinha ido visitar a família. Quando Hien protestou, dizendo que não tinha feito nada que justificasse sua prisão, quatro policiais femininas a teriam arrastado para uma viatura da polícia.

Mais tarde, a polícia a acusou de não ter permissão por escrito para a visita, embora os pais não sejam obrigados a apresentar permissão para visitar filhos e netos.

Na delegacia, os cristãos foram interrogados individualmente. Um dos policiais ameaçou espancar o evangelista Nhan no mesmo distrito policial em que sua provação - passar nove meses encarcerado - começou, em março de 2004. 

Um policial chamado Thanh estava bêbado e foi particularmente violento com os cristãos menonitas, alertando que trabalhava na delegacia há 10 anos e tinha ordens para perseguir o grupo até que parasse de ir à casa de Quang.
 
Abusando do poder, um policial de nome Uyen acusou Du de "não colaborar" e de se recusar a assinar documentos que admitiam sua culpa. A mãe do pastor Quang resistiu à pressão e não assinou nenhum termo admitindo ter cometido uma "infração administrativa". Limitou-se a reconhecer que foi testemunha da batida policial.

Lien permaneceu em silêncio durante todo o interrogatório, mesmo tendo enfrentado duras ameaças. Ela foi liberada por volta de 22h30 com as demais pessoas do grupo e teria retornado para a casa de Quang exausta e apavorada.

 "Autoridades vietnamitas sustentam religiosamente que a prisão e a condenação do pastor Quang e seus colegas nada têm a ver com religião", afirmou um observador do Vietnã. "A pressão contra a Igreja Menonita do Vietnã, que continua implacável apesar do apelo da igreja às instruções especiais do primeiro ministro sobre o protestantismo, no início de fevereiro, desmente esse disparate.

"Segundo essas instruções, as igrejas não registradas devem solicitar permissão para realizar cultos, embora suas organizações estejam cumprindo as exigências de obtenção do registro. Os menonitas requereram o registro dessa forma", declarou o observador, salientando que os menonitas receberam como resposta uma batida policial na noite de domingo, 1o. de maio.

 "As ações contra os menonitas no último domingo são preocupantes em vários sentidos. Elas anularam qualquer crédito que o Vietnã poderia esperar obter libertando a prisioneira menonita Le Thi Hong Lien na semana passada, a dois meses do término de sua pena. Se as autoridades mais altas do Vietnã aprovarem as ações da polícia no Distrito 2, não é um bom sinal. Se não aprovarem, isso indica que não têm poder para governar sobre policiais locais, ainda que numa cidade grande, e isto também não é um bom sinal.

"Apesar de se alardear que o Vietnã tem plena liberdade religiosa, permanece ilegal, para um pequeno grupo de cristãos que se reúne numa casa para, tranqüilamente, ler a Bíblia e orar".

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