Justiça avalia recuperação de cristão ferido em 2003

Portas Abertas • 12 jul 2005


Uma corte criminal no noroeste do país irá avaliar os novos registros médicos das condições de Yakup Cindilli, cidadão turco cristão, que ainda se recupera de ferimentos graves feitos por ultranacionalistas acusando-o de "propaganda missionária".

Em outubro de 2003, o ex-muçulmano, Cindilli foi submetido a agressões físicas, que o deixaram hospitalizado e em estado de coma por seis semanas. Quando ele recobrou a consciência e foi mandando de volta para casa para se recuperar, não conseguia caminhar sem alguém que o acompanhasse e às vezes deixava de reconhecer seus parentes.

A corte criminal de Orhangazi marcou uma nova audiência para avaliar o estado físico, mental e psicológico de Cindilli. O juiz marcou o julgamento dos agressores para 15 meses depois das agressões, para determinar até que ponto a vítima se recuperaria das lesões sofridas.

Os três agressores foram inicialmente detidos sob acusações de ataque. Entre eles está o chefe de Orhangazi, do Partido do Movimento Nacionalista (MHP), liberado depois de um mês, os outros dois agressores pagaram fiança depois de três meses.

De acordo com os noticiários, os agressores tinham acusado Cindilli de distribuir o Novo Testamento e de fazer propaganda missionária em sua cidade natal. Nenhuma dessas acusações é considerada uma ofensa criminal pela lei civil turca.

Na próxima audiência, os médicos enviarão relatórios dos últimos testes realizados para apreciação da coorte.

Na última vez que a vítima compareceu à corte, no dia 25 de março do ano passado, seu braço direito ainda estava parcialmente paralisado e ele só conseguia andar aos poucos, mancando. Em termos emocionais, ele parecia estar controlado, embora às vezes demonstrasse estar confuso.

Naquela ocasião, sua família, que é de origem islâmica tradicional, tinha rejeitado todas as ofertas de seus amigos cristãos de fornecer suporte legal ou de providenciar terapia.

Mas em janeiro deste ano, a família de Cindilli autorizou membros de sua igreja a levá-lo para o hospital para que ele passe por um completo exame médico e receba auxílio psicológico. Acompanhado de exercícios físicos, a terapia tem melhorado o movimento e a coordenação motora de seu braço direito e aos poucos ele está deixando de mancar.

"O braço direito de Cindilli ainda está levemente afetado", disse o Pastor Ismail Kulakcioglu ao Compass, "pois ele não consegue erguê-lo completamente. Ele ainda não está totalmente recuperado psicologicamente, mas já consegue falar sem dificuldades, e expressar suas opiniões de maneira clara".

Um de seus amigos frisou: "A saúde de Cindilli está restaurada, ele se comunica bem, e até mesmo é capaz de fazer alguns exercícios físicos leves".

"Depois de quase 40 dias em coma", o pastor comentou, "é um milagre ele estar vivo".

Atualmente, Cindilli não possui nenhuma representação legal na corte, exceto de um promotor público designado para avaliar o caso. Uma irmã mais velha falou em favor de Cindilli diante do juiz nas cinco audiências anteriores, sendo que nas duas últimas ele pôde comparecer.

Advogados de defesa dos agressores apresentaram várias pessoas como testemunhas, na tentativa de estabelecer provas de que Cindilli teria provocado o incidente por si mesmo através da distribuição de Novos Testamentos e de evangelismo.

A família da vítima quer que seu caso tenha um desfecho, sem tentar obter compensação de seus agressores. Mas essa decisão agora pertence a Cindilli, que foi recuperado o suficiente para falar por si mesmo.

"A nossa oração é para que a justiça seja feita", disse seu pastor, "mas não podemos tomar quaisquer decisões por ele, caso seja aberto um caso de compensação contra os réus. Ele tem que decidir por si mesmo".

Com trinta e quatro anos, Cindilli freqüenta ocasionalmente a sua igreja, a Igreja Protestante de Bursa, nos últimos seis meses. Em duas ocasiões, a congregação se encontrou com ele para orar por sua cura e para que a sua vida volte ao normal.

Embora esteja trabalhando como zelador de sua igreja nos últimos meses, ele ainda não está em condições de trabalhar em tempo integral.

Apesar das pressões de sua família para renunciar ao cristianismo, "Cindilli está decidido a permanecer fiel a Cristo, não importa o que aconteça", disse um membro de sua igreja.

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