Culto de batismo é atacado

| 05/11/2005 - 00:00


Nzerekore está localizado na Região Florestal no sudeste de Guiné, onde as fronteiras da Libéria, Costa do Marfim e Guiné se encontram. A região está repleta de ex-soldados, armas e imigrantes ilegais. Toda a região, em especial a vizinha Costa do Marfim, está cozinhando nas tensões étnicas e religiosas. Guiné é 85,4 por cento muçulmano; 9,7 por cento da Religião Tradicional Africana (ATR), e 4,7 por cento cristão.

Depois de décadas de marxismo e de perseguição da igreja, há agora liberdade religiosa em Guiné. A igreja guineense abraçou missões e, na década passada, trabalhadores indígenas começaram a testemunhar para grupos de pessoas ainda não alcançados. A igreja guineense está crescendo. Mas nos últimos anos, a minoria cristã em Guiné tem encontrado cada vez mais resistência dos muçulmanos radicais.

Em 19 de outubro, uma cerimônia de batismo em Nzerekore foi atacada por muçulmanos, reclamando que a música do culto atrapalhava suas orações em uma mesquita próxima. As pessoas foram feridas, duas delas em estado grave, e diversas casas foram saqueadas. Os muçulmanos se amotinaram de novo na noite de sexta-feira e demoliram uma loja de vídeo local. Soldados de elite tiveram que ser recrutados para restabelecer a calma. Várias armas foram confiscadas e foi imposto toque de recolher. Durante a semana, cerca de 100 pessoas foram presas, das quais 56 continuam detidas.

Os cristãos pertencem ao grupo étnico guerze, que tem uma longa história na Região Florestal no sudeste da Guiné. A maioria dos guerzes pratica o cristianismo ou a ATR. Os muçulmanos são koniankes, um subgrupo do povo mandingo (ou malinki), fortemente muçulmano. Os koniankes migraram para o sul, saindo do norte de Guiné durante o século dezenove, quando Guiné estava sob o domínio francês. Tem havido conflitos étnicos desde então, já que as tribos competem por terra e por recursos.

A tensão religiosa, uma expansão do conflito étnico, aumentou ainda mais depois da radicalização de alguns grupos muçulmanos. O choque étnico-religioso atingiu níveis críticos desde que a Guerra Civil da Libéria chegou ao fim em agosto de 2003. Nesse ano, milhares de rebeldes koniankes liberianos fugiram para o sudeste de Guiné, e foram misturados com os refugiados liberianos e protegidos por seus companheiros koniankes.

Texto enviado por Daila Fanny.


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