Ataques de fundamentalistas geram violência no estado de Niger

Portas Abertas • 14 nov 2005


A violência religiosa iniciada por um muçulmano que cortou fora a mão de um cristão no dia 26 de outubro em Tungan Rogo, vilarejo de um estado da Nigéria, deixou três cristãos mortos e pelo menos outros 13 feridos.

Adams Erena, secretário do governo do estado de Niger, disse aos jornalistas, no dia seguinte, que um tribal muçulmano Fulani havia levado sua manada para a fazenda de um cristão da tribo de Gwari, destruindo sua plantação. Quando o cristão exigiu saber o porquê, o muçulmano usou um machete para cortar fora uma de suas mãos.

Notícias sobre a mão ferida iniciaram violência que se espalhou até Tungan Rogo, onde, entre os cristãos que morreram, estava um policial, o sargento Danladi Wasse. A violência destruiu 18 casas.

A tensão religiosa no estado nigeriano já estava à flor da pele após o ataque dos muçulmanos em 21 de setembro, no campus de Bosso da Universidade Federal de Tecnologia (FUT), de Minna. Um grupo de muçulmanos, incluindo pelo menos um extremista portador de faca, invadiu as salas de aula da escola na intenção de implantar a sharia, a lei islâmica.

Joshua Ochoge, presidente da Comunidade de Alunos Cristãos na universidade, disse que estudantes estavam em aula "quando, de repente, estudantes muçulmanos fanáticos invadiram as salas e começaram a atacar alunos cristãos. A situação logo resultou numa briga entre os muçulmanos e os cristãos."

De acordo com outro acontecimento, um estudante muçulmano entrou em uma sala de aula e viu uma moça cristã que não estava usando um véu como solicita a lei islâmica para a vestimenta. Ele a esfaqueou.

Foi nesse ponto que outros muçulmanos se juntaram no ataque contra outros estudantes cristãos em outras salas de aulas, de acordo com uma fonte da universidade. O resultado foi um conflito entre estudantes cristãos e seus opositores muçulmanos.

Joshua, um aluno de engenharia química do 5º ano, disse a Compass que cinco alunos cristãos estavam feridos. "Alguns cristãos foram levados aos hospitais da cidade, enquanto outros foram procurar assistência médica em outras cidades", ele disse.

Alunos cristãos e professores disseram a Compass que, desde a implantação da sharia no estado de Niger, há cinco anos, a administração universitária tem sofrido pressão para impor a lei islâmica sobre os cristãos. Como resultado, representantes dos estudantes formaram um comitê para traçar metas que irão permitir a imposição da sharia.

David Jimoh, patrocinador do FCS e professor na universidade, disse a Compass que o ataque contra os cristãos não veio de surpresa.

"Por anos, temos tido que lidar com problemas que têm suas raízes no fundamentalismo religioso, especialmente com a implantação da sharia em Niger", disse David.

Ele ressaltou que a universidade recusou aos cristãos a construção de um templo, enquanto os muçulmanos já tiveram uma mesquita construída no campus.

Compass visitou o campus Bosso da universidade na segunda semana de outubro e a atmosfera estava ainda tensa e as atividades escolares estavam paralisadas.

Promessa de vingança

Autoridades da universidade confirmaram o ataque contra os cristãos e anunciaram a suspensão dos alunos muçulmanos responsáveis.

O boletim universitário liberado pelo escritório do vice-diretor no dia 30 de setembro declara que o ataque contra os cristãos ameaça a paz no campus. O boletim declara que nove estudantes muçulmanos participaram do ataque, porém apenas oito foram suspensos.

O professor Hameed Tukur, vice-diretor da universidade, disse que os alunos suspensos foram Abubakar Abdullahi, Muhammad Tijani, Abdullahi M. Abubakar, Ahmed Raji, Binyaminu Umar, Mohammed Abdullahi, Yahaya Zubairu e Ibrahim Habibullahi.

Esses estudantes "foram identificados como os principais responsáveis que participaram inteiramente da crise desafortunada, que devastou o campus em 21 de setembro".

Autoridades da universidade expressaram temor de que os extremistas possam atacar novamente os alunos cristãos. A declaração de Hameed indica que a segurança foi novamente ameaçada quando alunos muçulmanos responderam com "uma reação irracional à ordem de suspensão de nove alunos que, em rebeldia, atacaram e feriram estudantes inocentes sem qualquer razão".

"A situação da segurança do campus Bosso foi novamente ameaçada, como resultado do aumento da tensão", diz a declaração. "Atividades acadêmicas foram suspensas já que os alunos se retiram das salas devido à crescente ansiedade. Para que a situação não se degenere, a polícia foi imediatamente chamada ao campus para proteger vidas e propriedades."

Alunos muçulmanos enfurecidos com suas suspensões estão planejando atacar não apenas os cristãos da universidade, mas a comunidade cristã no estado, segundo a declaração.

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