Portas Abertas • 24 nov 2005
Membros da Igreja dos Fiéis na Índia (BCI) no estado de Himachal Pradesh, reuniram-se em paz no domingo, 20, apesar das ameaças de morte e de incêndio feitas por extremistas hindus.
"Aproximadamente 20 pessoas participaram do culto, um número menor que habitual, desde que muitos moradores das vilas enfrentam oposição, mas, pelo menos, pudemos nos reunir sem intervenções", disse o pastor Ramesh Masih, filho do pastor Feroz Masih, a Compass.
As reuniões acontecem na casa do pastor, na cidade de Baijnath.
Em 4 de novembro, extremistas do grupo Vishwa Hindu Parishad (VHP ou Conselho Mundial Hindu) e sua facção jovem Bajrang Dal atacaram o pastor Masih. Depois de agredi-lo, disseram-lhe que se ele e os 60 membros de sua igreja não participassem da cerimônia de "reconversão" em 20 de novembro, eles iriam queimá-los até a morte.
Aparentemente, a cerimônia de reconversão foi impedida devido à intervenção da polícia.
Na edição de 16 de novembro do jornal "Amar Ujala", o membro do VHP Baldev Sood disse que a organização não irá "reconverter" os cristãos da Igreja dos Fiéis contra a vontade deles.
A polícia advertiu os membros do VHP de que eles seriam responsáveis por qualquer dano causado ao pastor Feroz Masih e aos 60 membros de sua igreja, disse a Compass o oficial de polícia Ravinder Singh Jamwal.
Jamwal também afirmou que os cidadãos têm o direito constitucional de praticar e pregar suas respectivas religiões, e que o pastor Feroz Masih tem o direito de pregar e de distribuir folhetos cristãos.
A inspetora de polícia Sureshta Thakur, do distrito de Baijnath, disse que tinha advertido o VHP e seus aliados a não fazerem justiça com as próprias mãos.
"Há muitos analfabetos em Baijnath, os quais são facilmente induzidos a acreditar que os cristãos estão convertendo hindus a força", ela declarou. "Esses conceitos errados são a raiz do problema."
Entretanto, quando a igreja pediu a Sureshta proteção policial para o culto do dia 20, ela recusou, dizendo que "somente o oficial do distrito é quem pode permitir a proteção policial".
Em 19 de Novembro, Sureshta Thakur mandou dois policiais à casa de Feroz Masih. Ela também tentou arranjar um encontro entre o pastor e os 6 agressores citados na queixa policial. Mas os agressores fugiram e não puderam ser contatados.
O filho do pastor disse que não quer que os agressores sejam punidos, mas espera que a polícia local proteja a minoria cristã.
Ele também negou as acusações de conversões "forçadas" ou "fraudulentas" feitas ao seu pai, dizendo que tais acusações são mero pretexto para atacar e perturbar os cristãos.
"Recentemente organizei uma entrevista com a imprensa na qual muitos dos membros de nossa igreja disseram que se converteram ao cristianismo por livre e espontânea vontade, pois tinham sido curados de suas doenças", acrescentou Ramesh Masih.
Um recente inquérito policial julgou que Masih não converteu nenhuma pessoa à força ou de forma fraudulenta.
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