Cristão preso sem acusações é finalmente libertado

Portas Abertas • 30 nov 2005


Um copta egípcio preso sem acusações há 28 meses foi libertado da prisão de Al-Gharbaliat, na região de Alexandria.

Hany Samir Tawfik, 29, foi solto no dia 28 de junho, sete meses depois que seu caso foi divulgado fora do Egito. Ele tinha sido preso por autoridades da Investigação de Segurança do Egito (SSI) em 3 de março de 2003.

Hany Tawfik, um cristão copta que tinha ido trabalhar na Arábia Saudita, foi deportado para o Egito no verão de 2002, depois de pedir asilo da Embaixada dos Estados Unidos em Riad. Ele foi imediatamente detido para interrogatório em Lazogly, conhecido centro de operações da SSI, e foi libertado depois de 52 dias.

Sete meses depois, Hany foi preso novamente sob acusações desconhecidas. As razões de sua prisão por ordem do Ministério do Interior ainda não foram reveladas publicamente. Entretanto, o jovem copta admitiu no começo deste mês a Compass: "Há muitas páginas negras no diário da minha vida".

Declarando que vivia "cheio de mentiras" antes de ser preso, Hany contou que enquanto estava na prisão começou "a ler a Bíblia para entendê-la e também à minha própria fé".

A mãe de Hany, que é viúva, tinha apelado diretamente ao ministro do Interior Habib el-Adly pela libertação de seu filho um ano atrás, depois que oficiais da SSI disseram a ela para esquecer seu filho e se conformar com a prisão. Ela, porém, enviou uma carta aberta ao ministro, que publicada em dois jornais do Cairo, e sua entrevista subseqüente a Compass, em novembro passado, colocou o caso de Hany diante da opinião pública.

Hany disse que a atitude das autoridades para com ele "mudou cem por cento", durante os últimos sete meses de prisão, depois que seu caso tornou-se conhecido fora do país.

"Eles queriam me libertar, porque eu tinha me transformado em dor de cabeça para eles", afirmou Hany.

Reagindo às reportagens de que Hany tinha perdido a visão de um dos olhos enquanto estava encarcerado, autoridades da prisão mandaram-no para o hospital El-Raml de Alexandria para uma cirurgia nos olhos no início de fevereiro. Disseram-lhe que ele permaneceria no hospital por 3 semanas. Porém, depois de um exame pré-operatório, a cirurgia foi adiada sem explicação. Ele foi mandado de volta para a prisão 3 dias depois.

Em seguida, em 9 de março, a corte emitiu um mandato para a libertação da Hany, mas as autoridades mandaram-no para o quartel general da SSI no Cairo, renovando sua ordem de prisão e mandando-o de volta para Al-Gharbaliat. O processo judicial determina a libertação de prisioneiros que permaneçam sem acusação depois de 45 dias, mas sob a Lei de Emergência, regulamentada em 1981, a SSI rotineiramene anula essa determinação.

Enquanto estava na prisão, Hany quase perdeu a visão, já enfraquecida por implante lentes que ele recebeu há cinco anos. O estresse físico na prisão agravou ainda mais sua condição, causando o rompimento da íris nos dois olhos.

Com os fundos levantados por cristãos coptas locais, ele foi submetido a três cirurgias no olho desde sua libertação. As duas primeiras cirurgias, realizadas em julho, restauraram consideravelmente seu olho direito, e, em seguida, ele foi submetido a uma operação no olho esquerdo, em 17 de outubro.

"Estou enxergando quase perfeitamente com meu olho direito", disse Hany. "Já com o olho esquerdo, não vejo quase nada". Ele disse que irá passar por mais duas cirurgias no olho esquerdo.

"Estou grato à minha mãe e aos cristãos de fora do Egito que oraram por mim", disse Hany. "De todos os cristãos da minha igreja, apenas minha mãe acreditava que eu seria solto em breve. Os outros achavam que eu só sairia quando estivesse velho ou talvez nunca".

Relembrando sua experiência na prisão, Hany disse que foi como acordar em um filme de horror e descobrir que era realidade. "Eu jamais quero passar por isso outra vez", afirmou. "Agora preciso virar uma nova página na minha vida".

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