Portas Abertas • 2 jan 2006
Subiu para oito o número de mortos na explosão de uma bomba dentro do açougue de um mercado na cidade indonésia de Palu, situada na Província de Sulawesi (centro), região dividida pela religião. Outras 48 pessoas ficaram feridas.
Entre os mortos estão os donos do mercado. Os feridos foram removidos para hospitais próximos.
As testemunhas disseram que a explosão aconteceu no interior do açougue, onde se vendia carne de porco. Como a carne suína é proibida para os muçulmanos, a clientela do mercado era composta basicamente por cristãos.
A maioria dos clientes que estava no mercado na hora do explosão queria comprar carne de porco para as celebrações de Ano Novo.
Yandri Tumiwa, um açougueiro que trabalha no mercado atacado, disse à rádio ElShinta que os explosivos continham pregos e pedaços de metal.
O porta-voz da polícia provincial, Rais Adam, disse que o esquadrão anti-bomba desativou um segundo artefato perto do local da explosão.
A polícia isolou a área da explosão: no local há uma igreja e uma casa usada como matadouro de porcos.
Nós isolamos a área por causa do temor de outras bombas escondidas, disse um policial que não se identificou.
Na semana passada, os governos dos Estados Unidos e da Austrália advertiram a população residente ou em visita à Indonésia sobre o risco de atentados terroristas no país durante as festas de fim de ano.
O presidente Susilo Bambang Yudhoyono condenou o ataque e ordenou a abertura de uma investigação imediatamente, informou o porta-voz do governo, Andi Malarangeng.
A Indonésia é a nação muçulmana mais povoada do mundo, mas cristãos e muçulmanos vivem em áreas iguais em algumas zonas do leste da cadeia de ilhas, nas Províncias de Sulawesi e Maluku.
No mês passado, o contingente policial da província de Sulawesi foi reforçado com 1.000 oficiais. O distrito de Poso e sua capital, Palu, foram alvo de vários ataques. Na cidade de Poso (centro) três cristãs foram decapitadas por homens encapuzados em outubro e várias bombas explodiram ou foram encontradas na região nos últimos anos. Em novembro, um casal cristão morreu nesta região, onde a violência inter-religiosa causou mais de mil mortes entre 2000 e 2001.
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