Cristãos coptas sofrem processo de deportação do Canadá

Portas Abertas • 14 jan 2006


A deportação de 20 egípcios do Canadá começou, e os advogados do grupo insistiram que eles serão expostos a um grande perigo se voltarem ao Egito.

Os deportados, cristãos coptas da Igreja Virgem Maria e São Athanasius em Mississauga, tentaram obter status de refugiado no país.

Alguns canadenses assumiram o caso. Eles insistem que os requerentes serão sujeitos a discriminação das autoridades egípcias, e serão marcados por alguns dos extremistas islâmicos do país.

O caso chamou atenção da mídia. Segundo o National Post de 4 de janeiro, os requerentes afirmam que está diante deles um futuro perigoso: Mina, um dos coptas que pediu para que seu nome real não fosse revelado, disse que foi esfaqueado diversas vezes em um confronto de 1998 com um grupo que mais tarde queimou sua loja em Alexandria.

Esse temor é confirmado por Majed al Shafie, diretor do grupo "Um Mundo Livre Internacional". Ex-muçulmano, ele afirma, ter sido torturado pelo governo egípcio há alguns anos por agir em favor dos cristãos perseguidos.

Diversas organizações se sensibilizaram com os maus-tratos sofridos pelos cristãos coptas no Egito.

Majed disse a uma agência de notícias que o governo canadense tem aceitado ao longo dos anos pessoas que depois viraram terroristas. Ele continua: "Temos aqui pessoas em sério risco de perseguição. Eles realmente estão correndo riscos de tortura e perseguição se voltarem. Eles são pessoas inocentes, cada um deles estava trabalhando e pronto para ser útil à sociedade. Ninguém estava envolvido em atividade ilegal.

A mesma agência de notícias falou com Robin Seligman, uma advogada trabalhando em favor dos requerentes. Ela contou sobre sua estratégia, dizendo que tentou fazer desse um caso coletivo, mas sem nenhum sucesso.

Em minha opinião, disse Robin, os ministros estão com medo de intervir" no caso. Eles não querem correr o risco da oposição fazer a ação parecer uma cessão de favores. Eu não posso culpá-los.

Referindo-se a Majed, Robin disse que ela possuía "a opinião de um especialista" o qual confirmava o temor dos coptas pela perseguição. Em 20 casos, cada uma dessas pessoas tem um histórico de perseguição - tipo ameaça de morte, incluindo uma loja sendo queimada, agressões físicas e muçulmanos tentando convertê-los de forma agressiva.

A advogada citou um incidente recente no Egito como um acontecimento perturbador. No fim de outubro, houve um ataque aos coptas de Alexandria por uma multidão de muçulmanos.

Os requerentes, segundo Robin, chegaram ao Canadá através dos Estados Unidos; portanto eles estão sendo deportados  para os EUA. Até agora, um casal voltou - e foi detido.

Ela também disse que os membros das 20 famílias "estão muito estressados. Estão petrificados. Alguns se foram de forma clandestina.

Alguns dos requerentes, ela afirmou, acreditam que "detectaram um padrão de preconceito contra eles. Ela disse que eles afirmaram que alguns dos membros do conselho adiaram um número extraordinário de requerentes coptas. Parece não ter sentido ou razão para quem é aceito e quem é recusado", a advogada disse ao Post. Em termos de integridade do sistema, acho que é importante afirmar que não há um preconceito inerente.

Majed alegou que a decisão de deportar os coptas foi defeituosa. Três dos juízes do conselho de refugiados, ele afirmou, sempre negam o estatuto aos cristãos. Ele alega que os juízes em questão precisam ser investigados. "Ninguém está acima da lei.

O porta-voz do Conselho de Imigração & Refugiado (IRB), Charles Hawkins, disse que ele não podia comentar casos individuais.

Em relação aos possíveis perigos dos requerentes que voltaram aos seus países, ele disse que o IRB irá julgar as provas e avaliar as circunstâncias objetivas. O risco de cada pessoa é avaliado individualmente. Não damos nenhuma determinação geral a respeito de membros de religiões particulares ou de grupos nacionais.

Em relação às alegações de preconceito, Charles disse que os juízes são escolhidos e treinados cuidadosamente. Também são examinados para determinar se há algum preconceito.

Ele acrescentou que há um mecanismo na IRB de endereçar queixas sobre os membros do conselho. Os requerentes recusados têm meios de recorrer das decisões.

A advogada Robin disse esperar que haja uma resposta pública suficiente para persuadir o governo a ceder mais deportações até que o caso seja investigado mais profundamente. Enquanto isso, ela disse, "quanto mais público o caso ficar, mais chances há .

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