Portas Abertas • 6 fev 2006
Levando a Bíblia em uma das mãos, e na outra uma bolsa com seus pertences, Walter Cubas Baltasar, um evangélico acusado injustamente de terrorismo, que passou 13 anos na prisão, deixou o presídio Miguel Castro, em Lima, em 3 de fevereiro
Dou graças a Deus por essa liberdade e agradeço a todas as pessoas e instituições que trabalham pela justiça e pelos direitos humanos. Também agradeço a todos que oraram pela minha liberdade, às belas cartas de ânimo que me revigoraram". Essas foram as primeiras palavras que Walter disse, enquanto abraçava seus parentes e amigos.
O juiz da terceira Vara de Justiça concedeu liberdade condicional a Walter, 13 anos depois de ter sido preso sob a acusação de prática terrorista.
Detido em Lima, em 20 de janeiro de 1993, Walter foi acusado de fazer parte do grupo rebelde Sendero Luminoso, como integrante de um grupo especial de extermínio, e de ter pichado um muro com o lema Fora ianques do Golfo Pérsico junto com o símbolo da foice e do martelo, acrescentando as siglas do PCP (Partido Comunista do Peru).
Em 1993, Walter foi submetido a um tribunal de juízes militares anônimos que o condenou à prisão perpétua. Ele foi transferido para o presídio de Yanamayo, Puno, onde permaneceu por cinco anos.
Posteriormente Walter foi julgado por um tribunal regular, mas os juízes determinaram que as provas da investigação policial tinham sido elaboradas irregularmente. Então, contra todos os prognósticos, o condenaram a 16 anos de prisão.
Walter sempre se posicionou de forma contrária ao terrorismo e à violência, além de sempre afirmar seu compromisso com a fé cristã evangélica. Diversas pessoas e instituições cristãs, no país ou fora dele, intercederam pela sua liberdade, como a Anistia Internacional, que o adotou como preso de consciência.
Wuille Ruiz, da Associação Diaconal Paz e Esperança declarou: "Damos graças a Deus e agradecemos a cada uma das instituições e pessoas que apoiaram o seu caso, e por todas as cartas que ele recebeu durante sua permanência na prisão. Oremos por Walter e por todos aqueles que, privados de liberdade, ainda buscam justiça".
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