Família de refugiados iranianos embarca para os Estados Unidos

Portas Abertas • 1 mar 2006


Uma família iraniana que se refugiou na Turquia, quando se defrontou com a pena de morte em seu país por ter se convertido ao cristianismo, deixou Istambul rumo aos Estados Unidos, em 22 de fevereiro, onde foram aceitos para lá se estabelecerem.

Zivar Khademian e seus três filhos adultos embarcaram em um vôo da Delta para Nova York, depois de viajar a noite inteira de ônibus, da casa temporária deles em Kastamonu, na região centro-norte da Turquia, para Istambul

De acordo com os oficiais da Organização Internacional de Migração (IOM, sigla em inglês),  a família passaria uma noite com a assistência da organização local para refugiados.

O filho mais velho de Zivar, Faheem Moini, que trabalha como pastor assistente em Vancouver, British Columbia, planejava ir de carro até Nebrasca para dar as boas-vindas à sua família nos Estados Unidos. Ele imigrou para o Canadá em 1977 e, há doze anos, não vê sua mãe e sua irmã mais nova Fatemeh Moini, 20 anos. Os outros dois refugiados da família, Hossein e Kazem Moini, ambos na casa dos 30 anos, não vêem o irmão mais velho há 17 anos.

Problemas até o fim

Embora, em novembro, os Estados Unidos tenham aceito a família para ali se estabelecerem, as incertezas em relação aos detalhes continuaram a incomodar os refugiados até a partida deles.

Em Istambul, no fim de novembro, em uma orientação formal de imigração, informou-se à família que deviam contatar a IOM semanalmente a fim de saberem a data de partida.

Inicialmente, a imigração deles foi adiada quando o Hospital Americano, de Istambul, chamou Hossein Moini de volta para refazer seus exames médicos, aparentemente em razão dos problemas renais que tem desde criança.

Em meados de janeiro, com a data de partida ainda não definida e o visto deles perto de expirar, a polícia turca exigiu que a família gastasse 800 dólares para prolongar a estadia no país. Em 27 de janeiro, quando o problema parecia resolvido, a IOM informou a Zivar que ela e seus filhos partiriam em 22 de fevereiro. Então, a polícia abrandou e disse que os refugiados podiam apenas ter a permissão para sair do país, em vez de gastar o dinheiro para renovar os vistos.

Na segunda-feira (20 de fevereiro), a polícia local de Kastamonu contatou a família para dizer que os papéis de saída deles estavam prontos. Contudo, na manhã seguinte, quando Hossein Moini foi pegá-los, a polícia recusou-se a entregá-los a ele, dizendo que não achavam que a família estaria em Istambul para pegar o vôo na manhã seguinte.

Um oficial perguntou a Hossein Moini: "A que horas sai o ônibus de vocês para Istambul?". O cristão respondeu que esperavam partir para Istambul às 13h30 daquela tarde. O policial disse-lhe: "Volte à 13h10 horas". Na hora estipulada, o irmão Moini pegou, sem discussão, os papéis de saída deles no posto policial, mas a família não pôde deixar a cidade até as 23 horas daquela noite.

Futuro promissor

Em janeiro de 2003, antes de fugir do Irã, a viúva Zivar Khademian e sua filha foram batizadas em segredo em uma igreja protestante, em Teerã.

Depois de chegar à Turquia, os termos do Alto Comissariado para Refugiados das Nações Unidas (UNHCR, sigla em inglês) recusou duas vezes o status de refugiados para a família, embora fossem ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo. Sob as rígidas leis islâmicas do Irã, qualquer um que abandone a fé muçulmana enfrenta a pena de morte.

Kazem Moini, depois de ser pego copiando vídeos cristãos, ficou preso durante seis meses em Teerã. Sua irmã, Fatemeh Moini, por sua vez, enfrentou a possibilidade de ter de casar-se com um parente muçulmano radical, da milícia Basij, que exigia isso baseado na promessa do pai da moça, já falecido.

Depois, a família também obteve uma cópia de uma ordem de prisão por apostasia, emitida em outubro de 2004 pela Suprema Corte do Irã, contra Zivar.

Embora em fevereiro de 2005 a família tenha recebido uma carta de rejeição final da UNHCR, declarando que o processo deles estava "encerrado", as autoridades turcas retiveram a ordem de deportação deles por seis meses, em resposta a um pedido da igreja canadense que esperava responsabilizar-se pela família. Contudo, quando o prazo da permissão expirou, por volta de 20 de outubro, mandaram a família deixar a Turquia ou seriam deportados para o Irã, onde provavelmente enfrentariam a prisão e a pena de morte.

Depois de um apelo formal à UNHCR, feito pela Assembléia dos Cidadãos de Helsinki, do Programa de Auxílio Legal a Refugiados, em Istambul, os funcionários das Nações Unidas intervieram diretamente na situação deles, convocando a família para ir a Istambul para uma entrevista de qualificação quatro dias depois de a data final de deportação deles expirar.

Na manhã da partida, no aeroporto de Ataturk, em Istambul, Zivar e seus filhos contaram à agência Compass que era difícil acreditar que realmente estavam indo embora para os Estados Unidos depois de tudo por que passaram.

Contudo, a animação contagiou a família quando todos começaram a discutir o futuro. Hossein Moini contou que já conhecia Lincoln, Nebrasca, pois vira fotos ao vivo da cidade na Internet. Ele comentou: "Realmente, parece um lugar grande. Há uma igreja em cada esquina".

Fatemeh Moini disse que quer aprender inglês o mais depressa possível, assim ela poderá compensar os anos de estudo que perdeu enquanto estava na Turquia. O objetivo dela é estudar medicina e tornar-se cirurgiã cardíaca.

Zivar, toda sorrisos, disse que aguardava para se reunir ao filho mais velho.

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