Portas Abertas • 3 mar 2006
O governo de Rajasthan diz que "não quer criar divisões no Estado" entre as comunidades religiosas. Mas alguns de seus membros proeminentes querem que o estado adote uma lei anticonversão, a qual poderia agravar mais a atual onda de violência anticristã que varre o estado. O partido nacionalista Bharatiya Janata Party (BJP), que está no poder, quer aprovar a medida "o mais rápido possível", mas os líderes da igreja católica vêem a lei como "uma forma do governo aprovar silenciosamente a violência; um incentivo ao sentimento anticristão". A igreja católica está se apressando para se opor à lei.
"Somos uma família em Rajasthan", a ministra chefe Vasundhara Raje disse à Assembléia Legislativa do Estado, e aqueles responsáveis pelos últimos atos de violência contra os cristãos serão "punidos de forma severa".
Os legisladores do Partido do Congresso acusaram a ministra de se recusar a encontrar uma delegação de cristãos, que pediram a ela proteção dos ataques contra sua comunidade.
Em uma entrevista com a agência de notícias AsiaNews, o monsenhor Oswald Lewis, bispo de Jaipur, capital de Rajasthan, disse que a igreja se oporá à chamada Lei de Liberdade Religiosa".
Ele disse que alguns representantes católicos se reuniram com o ministro do interior Gulab Chand Kataria, e asseguraram de que "não havia necessidade de tal lei". Mas Gulab continua a dizer que a lei é necessária.
No fim de fevereiro, o ministro Gulab insistiu que o "esboço da lei havia recebido os retoques finais" para ser posto em apreciação "na sessão orçamentária da Assembléia eser aprovado na legislação o mais rápido possível".
Dados estatísticos sugerem que as conversões ao cristianismo são ínfimas e não são uma ameaça. Mas eles também mostram, de acordo com o bispo Oswald, que "as conversões, quando acontecem, não são forçadas nem fraudulentas", como os fundamentalistas hindus afirmam.
Mas está claro, no entanto, que desde outubro de 2005 é a violência anticristã que chegou a um "nível alarmante".
O pretexto para os últimos ataques tem sido a publicação da edição em hindi de livros escritos originalmente em inglês e publicados por um grupo protestante. Isso teria sido ofensivo aos hinduísmo.
No dia 26 de fevereiro, por exemplo, apesar da presença policial, ativistas do grupo Vishwa Hindu Parishad impediram cristãos de manter reuniões de oração em uma igreja e vandalizaram duas escolas de uma missão em Jaipur.
Segundo o prelado, se a lei for adotada, o governo do estado estará dando "sua aprovação silenciosa à violência e encorajando os sentimentos anticristãos, que causarão uma perda maior de vidas e propriedades".
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