Cristãos uzbeques enfrentam aumento da perseguição religiosa

Portas Abertas • 15 mar 2006


A agência de notícias Forum 18 informou que a perseguição aos protestantes continua no Uzbequistão. Iskander Najafov, advogado da igreja Evangelho Pleno em Tashkent, contou que a polícia arrombou uma casa na vila de Kum Kurgan, na qual 40 protestantes estavam reunidos. A polícia anotou o nome de todos os que estavam presentes na casa.

A polícia, por 18 dias, intimou diariamente essas pessoas para serem interrogadas. O interrogatório foi realizado desde as 6 horas até tarde da noite, com uma pausa de uma ou duas horas para as refeições. Iskander afirma que as pessoas foram ridicularizadas "em uma afronta à sua dignidade humana". Suas Bíblias e anotações pessoais foram confiscadas.

Em especial, a polícia observou Rosa Tsoi, uma protestante da capital, Tashkent. Eles ameaçaram abrir um processo contra ela por atividade missionária, proibida sob a lei uzbeque. A polícia levou seu passaporte, a fim de impedi-la de deixar a vila antes que a investigação fosse completada. Também levaram sua Bíblia, sem qualquer explicação. Por fim, a polícia devolveu o passaporte de Rosa, mas, sem qualquer autorização, exigiu 165 dólares para "segurança". O salário mínimo é estimado em 60 dólares.

Em outro caso, nove protestantes estavam no café Smak, em Tashkent, no domingo, 5 de março, quando dez policiais entraram no café. Eles mandaram os protestantes fornecerem declarações por escrito afirmando que eles haviam se reunido para um culto religioso não-autorizado.

Outro incidente aconteceu no domingo, 26 de fevereiro. Vinte policiais da cidade de Syr-Darya arrombaram uma casa onde nove pentecostais estavam reunidos socialmente. Eles confiscaram o equipamento musical e os livros religiosos (incluindo o Novo Testamento) dos pentecostais. Também os forçaram a escrever declarações.

No dia seguinte, Batyr Sarybekov, juiz em Syr-Darya, sentenciou o pastor pentecostal Viktor Melko e outro cristão, Kurbona Abdieva, a multas de 21 dólares cada um, sob o Artigo 240 do Código de Ofensas Administrativas (quebrar a lei em organizações religiosas).

Batyr baseou sua decisão no fato de que a lei uzbeque não permite que comunidades religiosas não-registradas operem. O juiz Batyr também determinou que o equipamento musical e os livros religiosos não fossem devolvidos aos cristãos. Ele afirmou que esses itens são evidências materiais e estão sujeitos à apreensão.

Iskander assinalou que a igreja não tem os 100 membros adultos requeridos pela lei religiosa do Uzbequistão para obter o registro. "Ninguém pode proibir as pessoas de se visitarem e de falarem sobre assuntos religiosos!"

O chefe do Tribunal Criminal e Administrativo de Syr-Darya, Akbar Nazimov, não conseguiu explicar ao Forum 18 porque o tribunal confiscou os livros religiosos, permitidos no Uzbequistão, dos cristãos. "Meu colega Batyr está encarregado do caso contra os protestantes".

Os cristãos disseram ao Forum 18 que os membros da igreja viviam em Syr-Darya desde 1930. Mais tarde eles construíram uma igreja, a qual as autoridades os proibiu de usar em 2005, já que o grupo não era registrado. Membros da igreja dizem que a atitude das autoridades em relação a eles era favorável, mas ela mudou depois da mudança da administração no ano passado.

Begzot Kadyrov, chefe do Comitê de Assuntos Religiosos do governo, ressaltou que é uma "grave infração da lei" confiscar Bíblias de religiosos. "Temos uma lista dos livros religiosos que são permitidos no Uzbequistão". Essa lista, segundo Begzot, inclui o Novo e o Velho Testamento. "Então os cristãos uzbeques têm o direito de possuir esses livros em casa, e ninguém pode confiscar-lhes esses livros."

Apesar das afirmações de Begzot, entre as violações de direitos humanos e dignidade humana, praticadas com freqüência pelo governo uzbeque, está o confisco e a destruição de livros religiosos. Os livros também são censurados no correio.

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