Portas Abertas • 27 abr 2006
As minorias cristãs do Irã são limitadas a compartilhar sua fé apenas em suas comunidades, segundo relatório de uma delegação da Igreja Católica Suíça que esteve em visita ao país islâmico durante uma semana.
"Por um lado eles estão felizes por viver em um país onde podem praticar sua religião. Eles podem celebrar missas, orar e ter igrejas", disse Mario Galgano, porta-voz da Conferência dos Bispos Suíços.
"Entretanto, o problema é que eles não podem fazer mais do que isso. Eles não podem falar sobre sua fé fora de sua comunidade. Eles não têm liberdade de religião."
O resultado é que a maioria dos iranianos sabe pouco sobre o cristianismo e outras religiões, acrescentou o porta-voz.
Eles querem paz
Devido à recente crise política relacionada às aspirações nucleares do Irã e à controvérsia desencadeada pelas caricaturas de Maomé, Galgano afirmou que os iranianos estão ansiosos por descobrir o que os ocidentais pensam do Irã.
"A situação política é difícil e eles sabem - isso não é segredo no país. Eles conhecem os problemas no Iraque e nos territórios palestinos e não querem um terceiro conflito na região. Eles querem paz", ele disse.
"Muitos jornalistas iranianos nos perguntaram nossa opinião quanto às caricaturas de Maomé", contou Galgano.
"Explicamos nossa posição de que caricaturas sobre temas religiosos deveriam respeitar a sensibilidade das religiões. Mas, por outro lado, explicamos que temos liberdade de expressão e que isso é muito importante, não só para a Suíça e o Ocidente, mas para qualquer país."
A Conferência de Bispos Suíços anunciou recentemente que será publicado no país um livro em persa e em inglês, contando a experiência dessa viagem ao Irã e da visita à Suíça de membros da Organização de Relações e Cultura Islâmica em setembro. Galgano espera que haja mais encontros entre cristãos e muçulmanos depois da publicação do livro.
"Penso que é muito cedo para dizer que estamos perto de um entendimento melhor entre cristãos e muçulmanos", ele disse. "Esses são apenas os primeiros passos e precisamos continuar o diálogo em direção ao objetivo final que é a paz."
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