Conversões forçadas chegam a 600 por ano no Paquistão

Portas Abertas • 31 mai 2006


O mesmo islã que decreta a morte por conversão a outra religião força mulheres a se casar com muçulmanos para se tornarem muçulmanas também. Calcula-se que as conversões forçadas alcancem entre 500 e 600 pessoas por ano no Paquistão, embora "a mídia nacional aponte apenas 100 casos assim" que a polícia e o tribunal "tratam de forma danosa". Essa foi a mais significante conclusão de um encontro chamado "Conversão forçada de mulheres e direitos das minorias no Paquistão", que aconteceu em 26 de maio em um hotel de Lahore.

Mas de 50 ativistas de direitos humanos, advogados e representantes de minorias religiosas de quatro províncias do Paquistão participaram do conselho organizado pela Comissão dos Direitos das Minorias do Paquistão (MRC, sigla em inglês).

Khaliq Shah, membro da MRC, descreveu os motivos do encontro: destacar essa importante questão em nível nacional; lançar uma campanha contra conversões forçadas; analisar as causas e rever a lei. Khaliq, que tem pesquisado o assunto há muito tempo, disse: "O problema está particularmente presente entre os grupos sociais mais pobres e marginalizados".

I.A. Rehman, membro da MRC, disse que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, todo indivíduo pode se ligar a qualquer religião e praticar essa fé livremente e que ninguém pode forçar a mudança de religião. "Dessa perspectiva, conversões não são o problema, mas as conversões forçadas deveriam ser proibidas; essa questão deveria ser debatida", ele disse.

Luta pela democracia

"No Paquistão não temos qualquer lei contra a conversão forçada e a conversão do islamismo para qualquer outra religião significa a morte. Para mudar essa situação, precisamos considerar a questão como uma luta pela democracia e convidar também os muçulmanos para esses encontros, de modo que eles possam nos ajudar a entender melhor todos os pontos de vista em discussão."

O monsenhor Joseph Coutts, bispo de Faisalabad, também esteve presente ao encontro. "Esse é um problema delicado e cada um de nós deveria contribuir para resolvê-lo. Na raiz do problema estão fatores como feudalismo e a estrutura socioeconômica do país. Quando discutimos conversões forçadas, precisamos abordar esses aspectos também."

Kalyan Singh, um participante da religião sikh, disse que um dos maiores desafios a vencer é a "sujeição dos juízos aos clérigos islâmicos. Os juízes não conseguem tratar desses casos com neutralidade porque eles são intimidados pela revanche de religiosos extremistas".

Joseph Francis, do Centro de Assistência Jurídica, Auxílio e Assentamento confirma esse argumento. "Nossa organização tem lidado com centenas de casos de conversão forçada. Nem mesmo os juízes das instâncias superiores tratam esses casos objetivamente. Os pais não obtêm permissão para falar com suas filhas e muitas moças convertidas à força são feitas prostitutas."

No final, os participantes, unânimes, "condenaram com veemência as conversões forçadas" e intimaram o governo "a abolir leis pessoais e punir os que incorrem nessas práticas".

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