Portas Abertas • 21 jun 2006
A audiência do apelo de 19 dos 76 homens sentenciados pelo assassinato de 45 pessoas em Chiapas, em 1997, foi marcada para 28 de junho. Esta será a última audiência para decidir se a sentença de 25 anos, proferida em abril, será mantida ou não. A sentença original tinha sido de 36 anos e três meses.
Os presos pelo massacre de 1997 foram julgados em três casos. O primeiro grupo teve o apelo negado em novembro de 2005. A decisão sobre o apelo do terceiro grupo de 39 prisioneiros cristãos é esperada para este mês.
Os casos decorrem da tragédia de Acteal, no município de Chenalho, ocorrida em 1997. Diferenças ideológicas e políticas que se arrastaram por quase um ano culminaram com um confronto armado, resultando na morte triste e sem sentido de 45 índios tzotzil, 37 dos quais eram mulheres e crianças. A perseguição aos participantes do confronto de Acteal resultou na prisão de 90 pessoas, sendo que 83 delas foram presas injustamente, metade delas era evangélica, de igrejas da comunidade de Chenalho.
Apesar das fracas investigações iniciais, da vasta documentação de abusos cometidos durante o processo, e do fato de que nenhuma prova legal foi apresentada para autorizar as prisões, a defesa dos evangélicos não obteve sucesso. Os homens foram sentenciados a 36 anos e 3 meses de prisão.
Em 23 de dezembro de 2003, o Ministério do Interior anunciou a formação de uma força-tarefa interinstitucional para rever a legalidade das prisões de cada um dos acusados pelo crime.
Em 2 de julho de 2004, todos os prisioneiros da cadeia de Cerro Hueco foram transferidos para o presídio de segurança máxima El Amate, em Cintalapa, Chiapas. O presídio fica a duas horas de Tuxtla Gutierrez, capital de Chiapas. Com isso, as famílias precisam viajar cinco horas para visitar os maridos, irmãos e pais que estão presos.
Conheça abaixo algumas dificuldades enfrentadas pelos cristãos presos e por suas famílias e ore para que o Senhor intervenha nessa situação:
As famílias conseguem visitar a prisão de duas a três vezes por ano. Cada visita leva de um a dois dias. Portas Abertas providencia os recursos para que as famílias aluguem um veículo e empreendam a viagem. São feitas duas visitas por mês.
Os homens estão em um presídio de segurança máxima (para os padrões mexicanos) e convivem com os piores criminosos de todo tipo.
Há uma programação de atividades diárias na prisão. Os presos trabalham, descansam, estudam e se reúnem se quiserem. Eles realizam cultos de adoração e oração, e um dos prisioneiros é o "líder espiritual" do grupo e também seu porta-voz.
Portas Abertas envia comida aos presos sempre que há uma viagem programada. Além disso, providenciamos também assistência médica quando é necessário.
Enviamos mantimentos para as famílias em meses alternados. Certamente nessas regiões a necessidade é maior que os recursos alocados para esse projeto.
A maior dificuldade para os prisioneiros tem sido permanecer na prisão por mais tempo do que o esperando e lidar com o desapontamento e crises de fé em um Deus que PODE fazer milagres. Deus tem providenciado encorajamento através das visitas, das cartas e do apoio da equipe local da Portas Abertas.
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