Portas Abertas • 27 jun 2006
A liberdade religiosa sofreu em 2005 ataques de todo tipo no mundo, segundo um informe da instituição católica Ajuda à Igreja em Perigo, que critica principalmente o laicismo na Europa e a violência na Ásia e na África.
O relatório anual, difundido nesta terça-feira, em Roma, estabelece um panorama dos ataques contra a liberdade religiosa país por país baseando-se em testemunhos, documentos oficiais, artigos da imprensa e trabalhos de organizações de defesa dos direitos humanos.
Uma orientação laicista continua dominando em muitos países europeus e sua expressão mais forte se manifesta no Parlamento europeu, segundo o texto, que lamenta a dificuldade dos ex-países comunistas a aceitar a idéia da independência da religião em relação ao Estado.
Na Ásia, o informe assinala a situação dos cristãos do Oriente Médio, progressivamente empurrados ao exílio, assim como na Indonésia, afetada pelo terrorismo islâmico, e as graves violações da liberdade religiosa em relação às minorias na Arábia Saudita e Irã.
Também se refere à situação na China, marcada pelas tentativas das autoridades de convencer a comunidade internacional de que respeita as religiões. Na África, a associação assinala com agrado a calma em vários países (Angola, Costa do Marfim, Sudão), assim como os esforços do Marrocos e da Tunísia de promover o diálogo entre as religiões, ao contrário da Argélia, que em 2006 aprovou uma lei que castiga a conversão de um muçulmano para outra religião.
O continente norte-americano parece marcado por um enfrentamento entre diversas concepções da separação entre religião e as instituições públicas.
O relatório foi feito por uma associação reconhecida pela Santa Sé e criada depois da Segunda Guerra Mundial para apoiar os cristãos dos países que faziam parte da zona de influência soviética.