Portas Abertas • 27 set 2006
Em 24 de setembro, cerca de 50 pessoas atacaram e tentaram destruir uma igreja em Java Ocidental. Lá, dezenas de igrejas e outros locais de culto estão sob constante ameaça de violência por parte de extremistas islâmicos, ou sujeitos a fechamento por falta de permissão legal, negada intencionalmente.
A multidão de extremistas se reuniu por volta das 9 horas em uma mesquita próxima e marchou em direção à Igreja Yayasan Penginjilan Roti Kehidupan, na vila Arjasari, a 20 quilômetros ao sul de Bandung.
A igreja foi escolhida ostensivamente por ser usada pelos cristãos para reuniões de oração "ilegais". Quando o responsável pela igreja se recusou a fechá-la, o grupo começou a demolir o teto, só parando quando a polícia interveio.
O chefe adjunto de polícia de Bandung, comandante Suparman, solicitou que a multidão fosse "paciente", dizendo que apenas as autoridades tinham permissão para fechar um local de culto. Nenhuma outra atitude foi tomada além dessa.
A multidão se dispersou, mas ameaçou retornar para "terminar o serviço", caso a igreja continuasse suas atividades. Fontes do local disseram que o protesto foi incentivado pela Divisão Anti-apostasia do Fórum Islâmico Ulemá, dirigido por Suryana Nur Fatwama.
Presença incômoda
Faidin, um oficial do bairro encarregado de questões espirituais, disse que a igreja já tinha sido "fechada" por um ano depois de incidentes similares.
"É uma congregação de apenas sete membros, incluindo dois moradores da vila que recentemente se converteram ao cristianismo", disse Faidin. "Ficamos incomodados pela presença deles e preocupados que eles difundissem seus ensinamentos entre os moradores que muçulmanos em sua quase totalidade".
De acordo com o Fórum de Comunicação das Igrejas de Java Ocidental, os fundamentalistas fecharam 35 igrejas domésticas em 2005. O número alarmante inspirou a revisão de um decreto ministerial de 1969 (SKB nº1/1969) que regulamenta a construção de locais de culto.
Os problemas envolvendo a obtenção de licenças para construir, com freqüência, forçam comunidades religiosas a praticarem sua fé em condições de ilegalidade.
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