Portas Abertas • 15 out 2006
Quatro famílias cristãs da etnia hmong - com um total de 14 membros - fugiram da perseguição religiosa no Laos. Elas atravessaram o rio Mekong, terminando sua jornada em Muag Loei, província de Loei, Tailândia, no dia 7 de outubro. A informação foi dada por pessoas da etnia hmong que vivem nos Estados Unidos.
As quatro famílias estão agora detidas na delegacia e se recusam a voltar para o Laos.
"Eles pagaram a taxa ilegal de forasteiros de 800 baht (46 reais por pessoa) no tribunal tailandês", disse Kue Xiong, presidente do Conselho Laotiano de Direitos Humanos, uma organização hmong sediada nos Estados Unidos, que falou por telefone com a polícia tailandesa.
"Alguns hmongs que vivem nas cidades não podem mais seguir seu sistema religioso tradicional", disse Rebecca Sommer, da Sociedade Internacional para Pessoas Ameaçadas.
Rebecca contatou a agência de notícias HNN, e ainda disse que esses hmongs que viviam nas cidades se converteram ao cristianismo. "Como no Vietnã, no Laos não há liberdade religiosa. Há refugiados hmongs cristãos no atual campo de refugiados na Tailândia. Eles fugiram do Vietnã e do Laos, e contam histórias incríveis de opressão, prisão e tortura por causa de sua fé cristã."
Nhia Blia Yang, o líder do grupo das quatro famílias, disse que eles vieram de Ban Chon Thong, cidade de Fa, província de Bolikhamsay.
Eles fugiram porque, como cristãos, eles tinham muitos problemas, disse Kue Xiong. Ele disse que o pastor do grupo já havia sido preso duas vezes e havia acabado de sair da prisão, mas ainda era estritamente vigiado pelo governo local.
O grupo informou que recebe alimento da polícia duas vezes por dia. Um oficial de polícia disse que, se receber ordem de seu superior para mandá-los para o campo de refugiados hmong em Phetchabun, eles irão para lá.
Atualmente, cerca de sete mil hmongs fugiram de Laos para a Tailândia. Alguns foram por motivos de perseguição religiosa, outros escaparam das zonas de treinamento do exército laotiano - zonas fora do alcance dos estrangeiros. Lá, grupos hmong estão escondidos, alguns há mais de 30 anos, e são caçados, atacados e assassinados pelos soldados de Laos, desde que o governo se tornou comunista em 1975.
Rebecca conclui, dizendo: "No momento, as autoridades de Laos têm vindo à Tailândia para falar com os policiais sobre os últimos fugitivos. Não se sabe ao certo o que a polícia fará com as quatro famílias hmongs cristãs".
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