Províncias chinesas apropriam-se de terrenos de igrejas

| 06/12/2006 - 00:00


Depois de o governo demolir uma igreja em Dalin, província de Zhejiang, em 21 de agosto, outra igreja doméstica, na mesma cidade, corre o risco de ser demolida.

A igreja da vila de Yangjianong recebeu uma notificação do governo para desocupar o prédio até 4 de dezembro. Essa seria a terceira demolição feita pelo governo na de Zhejiang nos últimos quatro meses. A igreja de Dangshan foi demolida em 29 de julho.

O prédio da igreja, onde cerca de 200 cristãos se reúnem, era a princípio uma oficina e foi comprado pela igreja em 2001. Há pouco tempo o governo regional ordenou que a igreja fosse demolida para dar espaço a um parque, mas ele se recusou a encontrar um novo lugar para a igreja.
 
Com a ajuda do escritório de advocacia Wulu, de Zhejiang, a igreja pediu ao governo da província fazer uma revisão administrativa da decisão. Entretanto o pedido foi rejeitado. Então, a igreja contratou o advogado Mao Aidong, do escritório Wulu, para abrir um processo contra o governo, evitando a demolição. O caso está em andamento.
 
"Esse é o tipo de perseguição religiosa camuflado nos últimos anos como um caso não-religioso na China", disse o presidente da Associação de Ajuda à China, Bob Fu. "Sob pressão internacional, o governo agora pretende escolher outro departamento ministerial para lidar com os assuntos religiosos, em vez do Comitê de Assuntos Religiosos. Mas não importa qual for o departamento, a natureza da perseguição religiosa será a mesma."

Protesto silencioso

Outro caso de demolição tem feito a posição do governo local mudar. Trezentos cristãos de uma congregação na província de Gansu se reuniram desde 16 de outubro e protestaram silenciosamente contra a ocupação do primeiro prédio de sua congregação. Eles pediam a devolução da propriedade.
 
No começo, o governo se mostrou impassível, insistindo que a questão havia sido resolvida em 1984. Na época, o governo ofereceu 50 mil yuans como compensação, mas a igreja nunca aceitou.

Os cristãos não cederam à intensa pressão do governo, e continuaram o protesto. À medida que o caso ganhou destaque internacional, o governo concordou em negociar com os líderes da igreja, com a condição de que os cristãos saíssem da propriedade.
 
Sem nenhum sinal de que os cristãos encerrariam o protesto, o governo pediu aos líderes da igreja fazerem uma proposta, para resolverem a questão. Os líderes insistiram que o governo devolvesse a propriedade, mas também se mostraram flexíveis em receber uma proposta alternativa. Eles pediram que o governo compensasse a igreja dando-lhe um cinema abandonado, próximo dali. O cinema é um pouco maior que o prédio original da congregação. O governo recusou a proposta.
 
O protesto durou até 23 de novembro. O governo ofereceu um terreno do mesmo tamanho no subúrbio. Os líderes da igreja estão discutindo a proposta para responder ao governo. Embora muitos achem difícil aceitar tal "compensação", alguns líderes estão levando-a em consideração.
 
Bob Fu diz que essa compensação realmente está longe de ser justa. Mas, em comparação à atitude inicial do governo, pode-se dizer que os cristãos alcançaram pelo menos uma vitória parcial nesse caso. "Tal compromisso dificilmente pode ser considerado justo, mas esperamos que o governo e a igreja possam resolver as coisas em paz."


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