Encontro na China denuncia abusos na Coréia do Norte

Portas Abertas • 11 dez 2006


A China está manchando sua imagem como potência econômica emergente ao impor mais abusos dos direitos humanos aos norte-coreanos que fogem da perseguição, disse um embaixador dos Estados Unidos para os direitos humanos da Coréia do Norte.

"Os chineses podem acreditar que é bom ter esse país como vizinho", disse o embaixador especial Jay Lefkowitz, mas Pequim "precisa entender que a Coréia do Norte não está ajudando a China perante a comunidade internacional".

Lefkowitz foi palestrante de um evento patrocinado pelos Estados Unidos com foco nos abusos dos direitos humanos que acontecem nessa nação comunista fechada. A programação contou com representantes de organizações não-governamentais e norte-coreanos que vivem no exílio. Eles descreveram como a fuga das duras condições impostas pelo regime de Kim Jong Il pode resultar em mais exploração, prisão e deportação da China.

O deputado Terry Miller disse que os Estados Unidos organizaram a discussão para "lançar alguma luz" sobre os abusos aos direitos humanos, após a recente aprovação por um comitê da Assembléia Geral da ONU de um projeto que denuncia tortura e outras violações cometidas pela Coréia do Norte.

Crise evitável

Um ex-oficial militar descreveu a vida na Coréia do Norte como um martírio sem o conhecimento do mundo. Kim Seung-Min, atualmente diretor da Rádio Coréia do Norte Livre, também falou sobre como a fuga da Coréia do Norte não significa necessariamente fuga para a liberdade. Ele foi pego na China e repatriado para enfrentar o enforcamento. Ele escapou mais uma vez, apenas para voltar à China e ser explorado como trabalhador mal remunerado. "Eu sou um dos que tiveram sorte", disse Seung-Min.

"A China caça os refugiados e os coloca numa cela", disse Suzanne Scholte, da Coalizão Liberdade para a Coréia do Norte, um grupo com sede nos Estados Unidos formado por 60 organizações preocupadas com os direitos humanos na Coréia do Norte.

A investida da China contra os norte-coreanos faz com que encontrar um abrigo seguro seja mais difícil para os refugiados, porque o país dificulta o acesso a embaixadas estrangeiras inclusive com arame farpado. "Essa é a mais evitável das crises de direitos humanos que estamos enfrentando no momento", disse Suzanne.

Estima-se que entre 100 mil e 400 mil pessoas fugiram da Coréia nos últimos anos, de acordo com um estudo recente do escritório de advocacia DLA Piper e o Comitê dos Estados Unidos pelos Direitos Humanos da Coréia do Norte, uma ONG com sede em Washington.

Resolução

No mês passado, o comitê de direitos humanos da Assembléia Geral da ONU aprovou uma resolução, patrocinada pela União Européa, acusando a Coréia do Norte de execuções públicas, tortura e outras violações dos direitos humanos. O projeto da resolução precisa da aprovação final do plenário da assembléia de 192 nações.

A Coréia do Norte rejeitou a resolução, chamando o documento de uma fabricação norte-americana "cheia de mentiras absurdas". Piongyang é acusada há muito tempo de impor a pena de morte por razões políticas, manter milhares de pessoas em campos de concentração, assim como de torturas os que cruzam a fronteira e de restringir severamente a liberdade de expressão e de religião.

Lefkowitz disse que o reforço do diálogo com a Coréia do Norte e a China a respeito do programa nuclear pode representar a oportunidade de melhorar os direitos humanos.

Sophie Richardson da Human Rights Watch sugeriu "criar um maior acesso" ao continuar insistindo que a Coréia do Norte permita a entrada de enviados especiais. Ela disse que a presença de trabalhadores dos direitos humanos em um parque industrial na cidade fronteiriça de Keasong, ao Norte, foi permitida, "de modo que pelo menos esses trabalhadores podem ser conscientizados de que têm esses direitos".

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