Portas Abertas • 20 dez 2006
O governo eritreu está promovendo detenções em massa de pais de jovens suspeitos de deixar o país. Fontes de Asmara informaram que as prisões acontecem desde 12 de dezembro e começaram nas áreas rurais e chegaram até a própria capital do país.
No primeiro dia, 500 pais e mães foram capturados pelas forças de segurança. O governo está exigindo que os pais apresentem seus filhos (de mais de 18 anos) ou que paguem 50 mil nakfas (aproximadamente 3.350 dólares) por jovem ou prestem o serviço militar por seis meses no lugar do filho, independente da idade dos pais. Isso significa que se uma família tiver dois filhos com mais de dezoito anos alistado para o serviço militar, e eles decidiram deixar o país e escapar para o Sudão, Etiópia, Iêmen, etc., os pais são os responsáveis por convencer os filhos a retornar ou têm de pagar a multa.
Essa política desumana tem sido implementada em outras regiões da Eritréia já há algum tempo. Mas agora parece que o regime decidiu implementar sua política brutal aos moradores da maior cidade eritréia para sufocar qualquer potencial resistência à sua desastrosa política interna e externa.
Cadeias lotadas
As últimas informações de Asmara confirmam que as prisões estão aumentando. Observadores acham que essa ação irá colocar a população urbana ainda mais contra o regime. Existem aqueles que acreditam que o regime está usando a migração dos jovens para os países vizinhos, para a Europa e para os Estados Unidos como uma desculpa para diminuir o déficit financeiro e, ao mesmo tempo, transmitir um duro recado aos jovens revoltosos e seus pais.
Esses atos injustos e desumanos, que ocorrem imediatamente depois das inexplicáveis prisões de jornalistas, empresários e de mais cristãos, expõem ainda mais o crescente abismo existente entre o regime autoritário e a população em geral. Informações dão conta de que todas as cadeias de Asmara e arredores estão lotadas de prisioneiros. E há relatos indicando que prédios comerciais e depósitos estão sendo convertidos em prisões para acomodar o crescente número de presos.
Esperamos que as organizações humanitárias internacionais estejam conscientes do aumento da crise humanitária e exijam a imediata e incondicional libertação de todos os presos políticos da Eritréia.
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